Sociologias (Jun 2008)
Capital social e a privatização do conhecimento Social capital and the privatization of knowledge
Abstract
O trabalho examina o movimento intelectual que envolveu a reflexão científica nas ciências sociais a partir dos anos 1960 e suas vinculações com as transformações que, na mesma época, agitam as relações econômicas e políticas no plano mundial, com seu foco principal apontado para os Estados Unidos. Duas das expressões mais significativas desse movimento são localizadas em questões relativas à identificação de uma crise institucional na democracia americana e com a verificação do processo de reavaliação do papel da Sociologia, seja desde o ponto de vista institucional, seja como instrumento de explicação da realidade social do país e do mundo. A crise política americana é visualizada como tendo por pano de fundo a reorganização do poder econômico do país, resultante do desenvolvimento tecnológico e do processo de globalização. A partir da constatação de que os fundamentos da democracia americana parecem estar ameaçados por mudanças comportamentais e estruturais internas, desenvolve-se no país considerável quantidade de pesquisas e estudos abordando diferentes perspectivas da atuação das grandes corporações. Como contraponto à percepção da degradação da comunidade política interna, esse esforço é marcadamente orientado para a identificação dos compromissos do circuito empresarial com o comportamento cívico e com a democracia, quer na afirmação da ética nos negócios, quer na perspectiva do desenvolvimento de uma política social mais compatível com as estratégias corporativas. Este é o contexto em que a noção de capital social adquire o sentido de articulador principal das disputas políticas e teóricas em torno do desenvolvimento econômico e das transformações verificadas na atividade industrial resultantes da expansão de novas tecnologias e de seus efeitos em termos da necessidade de redimensionamento do direito de propriedade intelectual.This work examines the intellectual movement that dominated the scientific thought in the social sciences from the 1960s onwards, and its connection with the changes in the world's economic and political relations since then, emphasizing the United States. Two of the most significant manifestations of this movement are found in questions related to the identification of an institutional crisis in American democracy and the need for a process to re-evaluate the role of sociology, both from the institutional point of view, and as a tool to explain the social reality of the country and the world. The reorganization of America's economic power, as a result of the technological development and the globalization process, provides the background for the political crisis in the United States. When it becomes evident that the foundations of the American democracy are threatened by changes in its internal structure and behavior, it is possible to detect the development of a considerable amount of research and studies dealing with different perspectives of the large corporations' activities. As a counterpoint to the apparent deterioration of the internal political community, this effort intends to identify the commitments of the business circuit with the civic behavior and democracy, whether in the assertion of ethics in business, or in the perspective of the development of a social policy more compatible with the corporate strategies. It is in this context that the concept of social capital becomes the main articulator of political and theoretical disputes on the subject of the economic development and the changes verified in the industrial sector resulting from the expansion of new technologies and their effects regarding the need for a redimensioning of the intellectual property right.
Keywords