Revista Brasileira de Ortopedia (Dec 2007)

Avaliação da força de flexão do cotovelo após a tenotomia artroscópica do cabo longo do bíceps Evaluation of elbow flexion strength after arthroscopic long head biceps tenotomy

  • Alexandre Almeida,
  • Gilberto Roveda,
  • Márcio Rangel Valin,
  • Nayvaldo Couto de Almeida

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-36162007001100004
Journal volume & issue
Vol. 42, no. 11-12
pp. 367 – 372

Abstract

Read online

OBJETIVO: Analisar se existe discrepância entre a força muscular de flexão do cotovelo do membro superior (MS) operado e o não operado nos pacientes submetidos à tenotomia artroscópica do cabo longo do bíceps (TACLB) e compará-la com a de um grupo controle. MÉTODOS: O estudo realizado foi transversal. Foi analisado um grupo de 89 pacientes submetidos à TACLB no período de 29 de outubro de 2002 a 14 de fevereiro de 2007. A metodologia utilizada foi a comparação entre os lados dominante e não dominante; para tanto, foram considerados apenas aqueles em que foi operado o lado dominante. Após os critérios de exclusão, o n resultou em 61 pacientes. A força de flexão do cotovelo foi medida em newtons (N) por dinamômetro digital. Foram realizadas três medidas consecutivas e considerada a média. Na eleição do grupo controle teve-se o cuidado de buscar pessoas com idade semelhante à dos operados, sem queixas de dor e antecedente de trauma ou cirurgia em qualquer dos MS. Não foram eleitos para avaliação praticantes de esportes com predominância de um dos MS, condição que poderia alterar de forma significativa a comparação da força muscular. As variáveis estudadas foram: sexo, idade, média de três medidas consecutivas da força de flexão do cotovelo no MS operado e do MS contralateral, média de três medidas consecutivas da força de flexão do cotovelo no MS dominante e no não dominante do grupo controle. RESULTADOS: Foi comparada a média de três medidas consecutivas entre o MS operado (dominante) e o não operado (não dominante) utilizando o teste t, identificando-se média de 19,8 ± 10N (mediana: 16,9; IIQ: 13 a 24,5) para o membro superior dominante e 22,7 ± 9,7N (mediana: 20, IIQ: 16,2 a 26) para o MS não dominante. O teste t pareado considerou significativa a diferença encontrada (p = 0,010). Foi comparada a média de três medidas consecutivas entre o MS dominante e o não dominante no grupo controle através do teste t e verificada média de 26,7 ± 10,7N (mediana: 24; IIQ: 19 a 32,2) para o membro superior dominante e 26,5 ± 10,3N (mediana: 24,4; IIQ: 18,8 a 32,1) para o MS não dominante. Ao comparar a discrepância de força muscular entre os MS dominantes dos casos e do grupo controle, foi verificada diferença estatisticamente significativa (p = 0,006). CONCLUSÃO: Os pacientes submetidos à TACLB apresentam déficit da força de flexão do cotovelo quando comparados ao MS contralateral e a um grupo controle.OBJECTIVE: To analyze if there is a discrepancy between the elbow flexion strength of the upper limb submitted to arthroscopic long head biceps tenotomy (ALHBT) and the contralateral side, and a control group. METHOD: In a transversal study, the authors assessed 89 patients submitted to ALHBT from October 2002 to February 2006. The dominant side was compared to the non-dominant side and only patients whose dominant side had been operated on were considered. After application of exclusion criteria, 61 patients remained in the study for statistical analysis. Elbow flexion strength measured in Newtons (N) with a digital dynamometer. Thre consecutive measurements were performed in order to obtain an average figure. Individual with similar ages and no complaints of either upper limb, and no history of upper limb surgery or trauma were chosen for the control group. Also excluded were individuals who practice sports with predominance of one upper limb over the other, as this can lead to misinterpretation of test results when comparing upper limb strength. Variables studied were: gender, age, average of three elbow flexion strength measurements of the operated limb compared to the contralateral limb, average of three elbow flexion strength measurements of the dominant limb compared to the contralateral limb of the control group. RESULTS: A comparison was made of the average of the three consecutive measurements of the operated (dominant) and the non-operated (non-dominant) limb with the T-test and an average of 19.8 ± 10 N to the dominant limb and 22.7 ± 9.7 N to the non-dominant limb was found. The paired t-test considered this difference significant (p = 0.010). A similar comparison was also performed between the dominant and non-dominant side of the control group through the t-test and an average of 26.7 ± 10.7 N to the dominant side, and 26.5 ± 10.3 N to the non-dominant side was found. When the discrepancy of muscular strength between the cases and the control group was compared, a significant correlation (p = 0.006) was found. CONCLUSION: Patients submitted to the ALHBT present a deficit of elbow flexion strength on the operated limb when compared to the non-operated limb and to a control group.

Keywords