Conversas & Controvérsias (Apr 2017)
SEGREGAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E TERRITORIALIDADES DO TRÁFICO DE DROGAS: AS “FACÇÕES CRIMINAIS” DIANTE DO ESPAÇO URBANO
Abstract
Este artigo visa a analisar a interação entre o espaço social e a manifestação das “facções criminais”. Entende-se essa forma contemporânea de vivenciar a criminalidade como fenômeno multifatorial que, por isso, demanda análises que articulem diferentes escalas e dimensões da pesquisa sócio-espacial. No trabalho, explora-se uma dessas possibilidades de investigação, aqui chamada de “eixo territorial” –o que abarca considerar desde os processos de segregação nos espaços urbanos, até a constituição, por grupos criminais, de territórios. Assim, são feitas algumas reflexões sobre os territórios, indicando-se sua articulação com os estudos de violência e criminalidade. Em seguida, analisa-se processos de segregação sócio-espacial tendo como referência alguns estados brasileiros, a fim de se situar o substrato sobre o qual costumam ser constituídos territórios por “facções”. Por fim, são trazidos alguns resultados de uma pesquisa mais ampla feita sobre os grupos criminais de Porto Alegre, pelos quais se busca expor questões que perpassam as territorialidades de “facções” no município.