Ambivalências (Oct 2015)
A PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS DA RESERVA BIOLÓGICA SANTA ISABEL: O PAPEL DAS POPULAÇÕES LOCAIS
Abstract
A Reserva Biológica (REBIO) é caracterizada como uma área de proteção integral que tem como objetivo a preservação integral da biota, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural. A Reserva Biológica Santa Isabel é uma das regiões de Sergipe que congrega uma área considerável de Restinga. Os conflitos que permeiam esses ecossistemas litorâneos configuram uma série de impactos socioambientais que apontam para perda dos recursos biológicos e culturais. Diante do exposto faz-se necessário analisar a relação da comunidade local com este ambiente na perspectiva de propor alternativas para manejo sustentável da área. A implementação de áreas protegidas tem sido uma das principais ferramentas utilizadas para a proteção da biodiversidade, no entanto, em todo o Brasil é notória a ocorrência de conflitos gerados entre as populações locais e os órgãos gestores a partir da criação das Unidades de conservação. O objetivo deste trabalho foi identificar a atuação das comunidades locais no processo de gestão e manejo da Reserva Biologia Santa Isabel. Os levantamentos de dados em campo foram realizados na região do litoral norte do Estado, no entorno da REBIO, localizada no município de Pirambu, situado na região leste de Sergipe. As reflexões que aludem a presente pesquisa fundamentaram-se no levantamento bibliográfico de dados referentes a temática deste trabalho, na observação sistemática e na realização de entrevistas com residentes de comunidades do entorno da REBIO Santa Isabel. De acordo com as entrevistas desde a criação da Unidade, houve a inclusão de uma pequena parcela da população em ações pontuais relacionados ao Projeto Tamar. Apesar disso, a maioria da população continua excluída, sem participação ativa na construção do plano de manejo, o que revela a carência de atuações por parte dos gestores que envolvam a comunidade local no processo de conservação da área.