PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS LEUCEMIAS NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA DA REGIÃO SUDESTE DE 2019 A 2023

Abstract

Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das leucemias na população pediátrica na Região Sudeste entre os anos de 2019 a 2023. Material e métodos: Trata-se de um epidemiológico de abordagem quantitativa, de caráter descritivo e retrospectivo sobre internações por leucemia pediátrica, realizado através de extração de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, na série temporal de 2019 a 2023. As variáveis incluíram unidade da federação, faixa etária e internações por faixa etária, sexo e ano de processamento, sendo estratificadas por região brasileira. Resultados: Durante o período analisado, um total de 31.975 pacientes tiveram diagnóstico de leucemia com internação, com um crescimento progressivo, exceto no ano de 2020, atingindo seu pico em 2023, 6.818 internações realizadas, correspondendo a 21,3%. Destaca-se, da região Sudeste analisada, o maior número de pacientes no Estado de São Paulo, o mais populoso do país, com 20.025 internações durante o período de 2019 a 2013, representando 62,6% do conjunto. No presente estudo, nota-se um predomínio entre 5-9 anos com um total de 11.702 (36,6%) crianças com diagnóstico dessa patologia, seguido por 1-4 anos, 10.670 (33,3%) e 10-14 anos, 9.033 (28,2%) respectivamente. Na análise por sexo, destaca-se predomínio do sexo masculino nas internações 18.679, correspondendo 58,4% da amostra geral. Discussão: O epidemiológico das internações por leucemia revelou padrões importantes que podem orientar políticas de saúde pública e intervenções clínicas. Ao analisar os dados, observou-se um aumento gradual do número total de internações por leucemia nos últimos cinco anos. Além disso, verificou-se uma maior prevalência de internações do sexo masculino, o que corrobora com outros estudos e dados apresentados pelo Instituto Nacional de Câncer. Na análise por faixa etária, a população com maior prevalência de internações por leucemia foi a de crianças e adolescentes entre 1 a 14 anos. Isso reflete o fato de que a leucemia é o câncer mais comum na faixa etária infanto-juvenil, representando cerca de 30% dos casos de câncer nessa população, embora, em termos gerais, ainda seja considerada uma doença rara. O ano de 2020 registrou uma queda nas internações, o que pode estar relacionada à pandemia de COVID-19 e o subdiagnóstico dessa patologia. Conclusão: O estudo do perfil epidemiológico das leucemias na população pediátrica da região Sudeste entre 2019 e 2023 evidenciou um aumento progressivo nas internações, com uma exceção notável em 2020 e com o seu maior valor de internações em 2023. O Estado de São Paulo se destacou com o maior número de casos, refletindo tanto sua maior população quanto uma possível maior capacidade de diagnóstico e tratamento. Observou-se uma maior prevalência de leucemia em crianças de 5 a 9 anos, com uma predominância de internações em meninos. A importância dos estudos epidemiológicos se reflete na capacidade de identificar padrões e tendências que orientam políticas públicas e intervenções de saúde. Estes dados são essenciais para direcionar recursos, planejar estratégias de prevenção e tratamento, e melhorar o suporte aos pacientes e suas famílias. Os achados deste estudo sublinham a necessidade de políticas de saúde específicas e intervenções clínicas direcionadas para essa população, visando melhorar o diagnóstico precoce, o tratamento e o suporte aos pacientes pediátricos com leucemia.