Acta Scientiarum: Language and Culture (May 2019)
A influência de fatores semânticos no uso de nomes gerais para a indeterminação do sujeito
Abstract
As formas de indeterminação do sujeito do português brasileiro vêm sendo pesquisadas por diversos autores, tais como Milanez (1982), Menon (1994), Carvalho (2010) e outros. Na maioria desses trabalhos, busca-se verificar quais fatores podem condicionar a realização de cada uma das estratégias de indeterminação. Nessa mesma linha, este artigo busca, em uma perspectiva variacionista, discutir a relevância de fatores semânticos no uso de nomes gerais para a indeterminação do sujeito. Por nomes gerais, compreendem-se certas unidades com traços semânticos mínimos, que estão entre o léxico e a gramática (Halliday & Hasan, 1976). O corpus da pesquisa está constituído por gravações sociolinguísticas coletadas na cidade de Bambuí-MG. A análise demonstra que, em termos de frequência, os nomes gerais identificados, ‘pessoa’, ‘pessoal’, ‘pessoas’, ‘cara’, ‘homem’, ‘povo’, ‘fulano’ e ‘ser humano’, ocupam a terceira posição no conjunto das variantes. As demais formas estudadas referem-se àquelas que já foram discutidas em trabalhos anteriores, isto é, ‘a gente’, ‘você/ocê/cê’, ‘nós/nóis’, ‘eles/ês’, entre outras. Considerando os resultados estatísticos da correlação entre as variáveis, observa-se que a indeterminação do sujeito por nomes gerais é condicionada pela ausência de anáfora e pela indeterminação total do referente ou indeterminação parcial quando este está implícito.
Keywords