Artefilosofia (Sep 2020)

Entre silêncio e tagarelice

  • Isabela Pinho

Journal volume & issue
Vol. 15, no. 29

Abstract

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Neste artigo, parto de uma contextualização histórica do ensaio “Metafísica da juventude” de Walter Benjamin para compreender o que o filósofo concebe como uma linguagem feminina. Entre silêncio e tagarelice, a linguagem feminina poderá ser pensada como experiência da dizibilidade da linguagem, de sua própria comunicabilidade, dada sua caracterização como wahnwitzig, “língua louca”. Como raiz desse adjetivo encontro o Witz, o chiste. É esse achado que me leva às considerações lacanianas sobre lalíngua, experiência feminina da linguagem em que chistes, equívocos e homófonos se dão. Em um último momento, analiso alguns fragmentos da Infância Berlinense para pensar a experiência infantil da língua materna ali presente em uma relação com as considerações benjaminianas de 1913 sobre a linguagem feminina, mostrando que essa questão não se reduz a um período juvenil e ingênuo de Walter Benjamin, mas permeia sua obra.

Keywords