Revista Arqueologia Pública (Dec 2019)
Práxis arqueológica e fotografia no estudo da Grécia antiga:
Abstract
O olhar do pesquisador arqueólogo para a paisagem que escava (o seu objeto de pesquisa) é traduzido por meio de sua experiência e vivência em campo e da permanente construção e desconstrução dos processos metodológicos e teóricos na prática e na reflexão de sua disciplina – a Arqueologia. A partir da experiência arqueológica de campo, da participação da equipe brasileira na ilha de Despotiko, na Grécia, em junho/julho de 2017, é nossa intenção mostrar, neste artigo, em que medida a fotografia, na práxis arqueológica, tem a função de registro do sítio (dos objetos encontrados e da nova paisagem que se revela a cada escavação) e de preservação de memória (do próprio sítio e seus achados e da equipe em determinada campanha de escavação). Em última análise, trata-se de discutir a fotografia como ferramenta fundamental em captar o fazer arqueológico na paisagem do Mediterrâneo e no resgate de um passado refletido no presente. Para tanto, apresentaremos um breve panorama da constituição da Arqueologia Clássica e do Mediterrâneo enquanto disciplina científica no Brasil, assim como um breve histórico da pesquisa arqueológica no santuário de Apolo na pequena ilha de Despotiko, no Mar Egeu. A fotogrametria, uma técnica derivada da fotografia, também será apresentada como uma das ferramentas mais atuais para o registro de construções antigas em escavações.
Keywords