Geologia USP. Série Científica (Dec 2011)
Tafonomia de tempestitos conchíferos amalgamados da formação Teresina em Rio Preto (Estado do Paraná, permiano médio, bacia do Paraná) e suas implicações paleoambientais: paleoenvironmental implications
Abstract
Depósitos da Formação Teresina são tipicamente caracterizados por rochas siliciclásticas finas, com frequentes intercalações submétricas de tempestitos carbonáticos ou siliciclásticos (arenitos bioclásticos e coquinas). Estudos tafonômicos em rochas carbonáticas ainda são muito escassos, apesar de sua peculiar relevância em estudos paleoambientais. A concentração de conchas aqui estudada localiza-se em uma pedreira do município de Irati, distrito de Rio Preto/PR, possivelmente correspondente ao intervalo médio a superior da Formação Teresina, porém ainda distante do topo. A camada estudada, classificada como grainstone/packsone bioclástico-intraclástico-peloidal, é constituída por abundantes fragmentos de bivalves, intraclastos pelíticos e micríticos, peloides, raros ooides e oncoides, além de micrófilos permineralizados de licófitas e escamas de peixe. Trata-se um exemplo de acumulação carbonática cujos grãos evidenciam: elevado grau de mistura temporal; empacotamento variável entre denso e disperso; baixa seleção e estão, predominantemente, caóticos. A concentração apresenta uma mescla de elementos gerados em condições ambientais distintas: a) ambientes carbonáticos restritos de baixa energia (peloides, ooides com córtex espesso e oncoides); b) ambientes emersos próximos ao corpo d'água (micrófilos de licófitas) e c) ambientes calmos, porém pontuados por eventos de tempestades, onde viviam bivalves escavadores, suspensívoros. Na camada, podem ser discriminados pelo menos quatro episódios deposicionais controlados por fluxos combinados de tempestades, gerada em condições de baixa subsidência da bacia e mergulhos extremamente baixos do assoalho oceânico.
Keywords