Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)
INAPTIDÃO SOROLÓGICA DE DOADORES NA MODALIDADE DE COLETA EXTERNA DO GRUPO GSH
Abstract
Objetivo: A transfusão de sangue é um procedimento comum globalmente e que salva vidas de pacientes com necessidades de reposição do tecido, seja por perda, deficiência ou falha de produção. Manter um equilíbrio entre o estoque de sangue e o atendimento as demandas transfusionais dos pacientes é um desafio para todos os bancos de sangue em captar doadores voluntários e saudáveis. Uma das estratégias para a manutenção dos estoques de sangue são as coletas externas, que consiste na montagem da estrutura de doação em lugares fora da instituição e o local destinado a realização precisa atender a requisitos técnicos. O objetivo desse estudo descrever a inaptidão sorológica dos doadores de sangue em coletas externas, entre o período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco do Grupo GSH. Método: Foi analisado as soroprevalências de doenças infecciosas para anti-HBc, sífilis, HBsAg, anti-HIV, anti-HCV, Chagas e anti-HTLV, em três estados que realizaram coletas externas em 2021 e 2022. Os dados foram obtidos através do sistema informatizado utilizado no Banco de Sangue. Resultados: Foram analisadas 7.735 doações realizadas em coletas no formato externa dos bancos de sangue do GSH, com 154 (1,99%) de sorologia positiva: anti-HBc 46 (1,30%), sífilis 90 (2,54%), HBsAg 3 (0,08%), anti-HIV 5 (0,14%), anti-HCV 3 (0,08%), anti-HTLV 7 (0,20%), não houve positividade para Chagas. Em São Paulo-SP: 3.543 doações com 55 (1,55%) de sorologia positiva: anti-HBc 22 (0,62%), sífilis 30 (0,85%), anti-HCV 2 (0,06%) e anti-HTLV 1 (0,03%), não houve positividade para anti-HIV e HbsAg. No Rio de Janeiro: 709 doações com 11 (1,55%) de sorologia positiva: anti-HBc 3 (0,42%) e sífilis 8 (1,13%), não houve positividade para anti-HIV, Anti-HCV, Anti-HTLV e HbsAg. Em Recife-PE: 3.483 doações com 88 (2,53%) de sorologia positiva: anti-HBc 21 (%), sífilis 52 (1,49%), HBsAg 3 (0,09%), anti-HIV 5 (0,14%), anti-HCV 1 (0,03%) e anti-HTLV 6 (0,17%). Discussão: Os dados trazem que a inaptidão sorológica dos doadores que realizam as doações nas coletas em modalidade externa é de 1,99%. Em Recife foi observado o maior índice de inaptidão em relação a São Paulo e Rio de Janeiro e o único que apresentou soropositividade para HIV. O marcador para sífilis é o que apresentou maior frequência, seguido pelo anti-Hbc, resultado similar ao encontrado em perfis de soropositividade sorológicas em doadores de sangue. Não foi observado presença do marcador para Chagas. Conclusão: A triagem sorológica tem como finalidade minimizar o risco da contaminação pelo sangue, sendo uma obrigação legal conforme as normas hemoterápicas vigentes. O índice de inaptidão sorológica nas coletas externa é similar ao encontrado nos postos de coleta fixos, e é uma modalidade que auxilia na manutenção dos estoques de hemocomponentes e possui um bom retorno. Conhecer o perfil dos doadores, auxilia no planejamento de captação e retorno nos locais onde o público de doadores possua um baixo índice de inaptidão e é uma boa estratégia para alcançar e fidelizar novos candidatos a doação.