Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Dec 2015)

Valor prognóstico da disfunção ventricular diastólica em pacientes com sepse grave e choque séptico

  • Gustavo Rolando,
  • Emilio Daniel Valenzuela Espinoza,
  • Emelin Avid,
  • Sebastián Welsh,
  • Juan Del Pozo,
  • Alejandro Risso Vazquez,
  • Yanina Arzani,
  • Fabio Daniel Masevicius,
  • Arnaldo Dubin

DOI
https://doi.org/10.5935/0103-507X.20150057
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 4
pp. 333 – 339

Abstract

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RESUMO Objetivo: Avaliar a prevalência de disfunção miocárdica e seu valor prognóstico em pacientes com sepse grave e choque séptico. Métodos: Pacientes sépticos adultos, admitidos em uma unidade de terapia intensiva, foram estudados de forma prospectiva por meio de ecocardiografia transtorácica dentro das primeiras 48 horas após sua admissão e, então, entre o sétimo e o décimo dias. As variáveis ecográficas de função biventricular, inclusive a relação E/e', foram comparadas entre sobreviventes e não sobreviventes. Resultados: Foi realizado um total de 99 ecocardiogramas (53 na admissão e 46 entre os dias 7 e 10) em 53 pacientes com média de idade de 74 anos (desvio padrão de 13 anos). Estava presente disfunção sistólica em 14 (26%); disfunção diastólica foi observada em 42 (83%) pacientes; e ambos os tipos de disfunção estavam presentes em 12 (23%) pacientes. A relação E/e', ou índice de disfunção diastólica, foi o melhor preditor de mortalidade hospitalar segundo a área sob a curva ROC (0,71) e se constituiu em um preditor independente do desfecho, conforme determinado pela análise multivariada (odds ratio - OR = 1,36 [1,05 - 1,76]; p = 0,02). Conclusão: Em pacientes sépticos admitidos em uma unidade de terapia intensiva, a disfunção sistólica determinada ecograficamente não se associa com aumento da mortalidade. Em contraste, a disfunção diastólica foi um preditor independente do desfecho.

Keywords