Revista da Fundarte (Oct 2022)

COBRA: QUANDO A LINGUAGEM MUDA DE PELES OU CARNAVALIZA-SE BARROCAMENTE

  • Irma Caputo

DOI
https://doi.org/10.19179/rdf.v51i51.1136
Journal volume & issue
Vol. 51, no. 51

Abstract

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O presente artigo pretende propor um percurso de análise da obra Cobra (1972) de Severo Sarduy sob o prisma da escrita performativa, isto é, uma prática de escrita literária que servindo-se de procedimentos estéticos diversos, organiza o material verbal de forma a englobar aspectos e características da performance, desatendendo parcialmente as expectativas de linearidade, legibilidade e inteligibilidade imediata, próprias de uma visão essencialista e funcional de linguagem. O texto resultante de tais práticas de escrita configura-se como anticanônico e híbrido pela forma textual mutante, a qual será abordada também como um exemplo de neobarroco latino-americano e de estética carnavalesca, por se apropriar de elementos dialógicos ambivalentes, irónicos e por vezes enigmáticos.

Keywords