Acta Scientiarum: Education (Jun 2024)

A formação docente interdisciplinar no Brasil: uma análise dos atuais despontamentos no âmbito das Ciências da Natureza

  • João Guilherme Nunes Pereira,
  • Caroline de Goes Sampaio

DOI
https://doi.org/10.4025/actascieduc.v46i1.64159
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 1

Abstract

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No Brasil, a formação de docentes dedicados às Ciências da Natureza no Ensino Médio tem sido remodelada desde 2018 mediante a promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e seus postulados direcionados à interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem. Assim, compete a este estudo analisar as propostas e discussões acerca da formação docente interdisciplinar de Ciências da Natureza no território brasileiro durante o período de 2018 a 2022, especificando o contexto dos educadores atuantes na etapa do Ensino Médio. A investigação foi norteada pelas inquietações: quais as atuais propostas e discussões acerca da formação docente interdisciplinar no campo de Ciências da Natureza? Os postulados da BNCC atendem aos anseios da realidade educacional brasileira? Existe possibilidade de aperfeiçoamentos interdisciplinares? Quais contributos são observados para a educação em ciências? Para isso, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica sistemática qualitativa de cunho exploratório em 1768 artigos científicos sobre formação docente e interdisciplinaridade nas ciências naturais, adquiridos em três (03) bases de dados: SciELO, DOAJ e REDIB. Do total de estudos, selecionou-se 10 artigos para uma discussão. O compilado escolhido passou pela técnica de análise de conteúdo de Bardin (2016). As observações levantadas foram ponderadas nas colocações epistemológicas de Fazenda (2013), Japiassu (1976), Morin (2003) e Pombo (2011). Os resultados expuseram cinco (05) contributos para a educação em ciências, são eles: currículo interdisciplinar de ciências, formação inicial e continuada na ótica interdisciplinar, projetos interdisciplinares, contextualização do conhecimento e múltiplas interações na estruturação da identidade docente. Observou-se, além disso, que a formação docente interdisciplinar de ciências carece de demasiadas evoluções no Brasil, quiçá de políticas públicas que instiguem novos modelos de formação inicial e continuada dos professores, viabilizando metodologias de ensino que aspirem competências de aprendizagem integrais e dialógicas no Ensino Médio, doravante a inter-relação curricular da complexidade social.

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