Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Mar 2019)
Lesão hepática induzida por medicamentos: qual o papel do farmacêutico clínico
Abstract
Objetivos: Descrever a hepatite medicamentosa, os principais grupos de medicamentos relacionados, sua manifestação clínica e discutir a contribuição do farmacêutico clínico para a detecção e manejo da lesão hepática induzida por medicamentos. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada através de uma revisão narrativa sobre a lesão hepática induzida por medicamentos e a atuação do farmacêutico clínico na detecção e manejo da mesma. Resultados: Antibióticos, anti-inflamatórios não-esteroides e anticonvulsivantes são os principais agentes associados à lesão hepática. A toxicidade pode ocorrer por reações diretas (entre 24 a 48 horas após administração do medicamento) ou reações idiossincrásicas (entre cinco e 90 dias após a administração do medicamento). O quadro clínico inclui desde a ligeira alteração dos níveis das enzimas hepáticas até a insuficiência hepática fulminante, podendo levar ao óbito. O tratamento é essencialmente de suporte, porém, a suspensão do medicamento suspeito é a primeira medida para prevenir ou minimizar danos. Considerações: A detecção da lesão hepática induzida por medicamentos depende do estabelecimento do nexo de causalidade e a exclusão de outras causas como Hepatite B ou C. O farmacêutico pode contribuir para a detecção precoce da lesão hepática induzida por medicamentos através da reconciliação medicamentosa na admissão hospitalar, a avaliação da prescrição e o monitoramento dos exames laboratoriais.