Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)
ANÁLISE DOS TRANSPLANTES DE MEDULA ÓSSEA REALIZADOS NO BRASIL ENTRE 2015 E 2020
Abstract
Introdução: O transplante de medula óssea (TMO) é um método de tratamento para algumas doenças que afetam as células sanguíneas, como anemias, mielodisplasias e leucemias. O procedimento objetiva reconstruir a medula doente ou deficitária através de células saudáveis. O TMO pode ser autogênico, medula do próprio paciente; alogênico, medula de um doador, ou ainda feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical. O Brasil possui um dos maiores bancos de doadores de medula óssea do mundo, todavia sabe-se que as chances de encontrar uma medula óssea que seja compatível é muito rara. Objetivos: O objetivo do artigo é analisar o número de transplantes de medula óssea (TMO), na população geral, realizados no Brasil entre os anos de 2015 a 2020. Metodologia: Estudo transversal descritivo que traz o número de transplantes de medula óssea, autólogos e alogênicos, realizados no Brasil, entre os anos de 2015 a 2020, por meio dos dados apontados nos boletins anuais de Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Resultados: Entre os anos de 2015 a 2020, foram realizados um total de 17.210 transplantes de medula óssea no Brasil, de forma que 6.657 são alogênicos e 10.553 autólogos. A média anual de transplantes foi de aproximadamente 2.868 com desvio padrão (DP) 637,43. Os alogênicos apresentaram uma média anual de 1.109 e os autólogos de 1.758, aproximadamente. No período entre 2015-2019 houve um crescimento médio anual de 15,8% e um crescimento total de aproximadamente 44% de procedimentos realizados. Entretanto, no período entre 2019-2020 houve uma redução de 16% dos procedimentos. Discussão: Diante dos resultados obtidos, constata-se que houve um aumento significativo no número de procedimentos realizados a respeito dos transplantes de medula óssea entre 2015 e 2020. Assim, destes, os transplantes do tipo autólogos tiveram maior destaque. Assim, o crescimento médio e total entre esses anos tem mais evidência de aumento, se comparado aos anos de 2019 e 2020, em que o número de procedimentos diminuiu. Conclusão: Portanto, o aumento do número de transplantes no período de 2015 a 2019 decorre do aumento da expectativa de vida e da evolução em tecnologia e no sistema de saúde. Inclusive nosso sistema nacional de transplantes é referência para o mundo. Ademais, justifica-se a queda no número de procedimentos entre 2019 e 2020 devido a pandemia da Sars-Cov-2.