Opus (Jan 2021)

Guinga: 70 anos de um violão brasileiro altamente particular

  • Fernando Elías Llanos

DOI
https://doi.org/10.20504/opus2020c2620
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 3
pp. 1 – 11

Abstract

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Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar é Guinga, violonista nascido em 10 de junho de 1950 no Rio de Janeiro, que em 2020 completou 70 anos. Compositor e instrumentista, ao longo das décadas de percurso profissional suas músicas ressoaram nas diversas salas de concerto, teatros e palcos do Brasil e do mundo. Sua linguagem composicional, seu estilo interpretativo e suas influências são híbridos e ecléticos, exercitando releituras idiomáticas do choro, do baião, do samba, como também do cool jazz, do impressionismo musical francês, das cantilenas villalobianas ou das politonalidades à la Stravinsky. Desde o seu primeiro disco – em parceria com Aldir Blanc –, Simples e absurdo (1991), a produção discográfica de Guinga reserva um lugar de destaque ao gênero canção e à música instrumental, esta última em formato camerístico – violão e outros instrumentos, como em Cheio de Dedos (1996) – ou solista, como Roendopinho (2014) e Canção da Impermanência (2017). No entanto, a dimensão do seu pensamento político-estético ainda não foi suficientemente explorada nas pesquisas científicas em música quando observamos o corpus atual de teses, dissertações, artigos e eventos acadêmicos. Espera-se que os temas abordados nesta entrevista subsidiem os diálogos universidade-sociedade multiplicando a diversidade epistemológica, em particular aquela referente à construção de uma historiografia crítica – e não apenas a musicológica – do instrumento e à compreensão do assim chamado “violão brasileiro”.

Keywords