Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
ID238 Monitoramento do uso da desmopressina para o tratamento do diabetes insipido no SUS
Abstract
Introdução O diabetes insípido é uma condição caracterizada pela deficiência do hormônio antidiurético (ADH) ou pela resistência à sua ação nos túbulos renais, resultando em urina hipotônica e aumento do volume urinário. No Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento disponível é o acetato de desmopressina. Enquanto a apresentação em solução nasal já estava incorporada anteriormente à criação da Conitec, a forma oral, composta por comprimidos de 0,1mg e 0,2mg, foi incorporada ao SUS em 2017, após recomendação favorável da Conitec. Este estudo tem como objetivo descrever a utilização e o impacto orçamentário observado na dispensação de desmopressina em todas as suas apresentações para o tratamento do diabetes insípido no SUS. Métodos Estudo descritivo com dados de mundo real, retrospectivos, administrativos e nacionais de dispensação, abrangendo o período de 2020 a 2022. Os dados de utilização foram extraídos por meio da Sala Aberta de Situação de Inteligência em Saúde (Sabeis), que é originada do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/ SUS). Todos os pacientes com registro de utilização de desmopressina para diabetes insipido foram incluídos como critérios de elegibilidade. Os preços unitários foram consultados na base do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG), através do Banco de Preços em Saúde (BPS). Os critérios para busca foram compras administrativas da desmopressina pelo Departamento de Logística em Saúde (DLOG/SE/MS). Resultados Durante o período de 2020 a 2022, foram dispensados desmopressina para o tratamento de 6.710 usuários, dos quais 5.686 permaneceram em tratamento até 2022. No ano de 2022, 96% dos usuários utilizaram a solução nasal, 3% optaram pelos comprimidos de 0,1mg e 1% pelos comprimidos de 0,2mg. A prevalência do sexo feminino foi de aproximadamente 50%, com uma mediana de idade de 34 anos. Registrou-se o uso da desmopressina em todas as regiões do país, sendo a região Sudeste a mais predominante, com 54% dos casos, seguida pela região Sul, com 22%. O primeiro registro da apresentação em comprimidos de 0,1mg e 0,2mg ocorreu em julho de 2020 e fevereiro de 2021, respectivamente, apesar de ambos terem registros de compra em junho de 2020. O impacto orçamentário foi de R$ 7.183.713,57 para a solução nasal de 0,1mg/ml, R$ 49.655,43 para os comprimidos de 0,1mg e R$ 11.559,24 para os comprimidos de 0,2mg. Discussão e conclusões O monitoramento do uso da desmopressina para o tratamento do diabetes insípido no SUS revelou que a forma de apresentação mais utilizada é a solução nasal, sugerindo uma maior aceitação por parte dos pacientes e profissionais de saúde. Além disso, a distribuição geográfica dos usuários demonstrou que o tratamento é utilizado em todas as regiões, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. O impacto orçamentário associado à desmopressina varia de acordo com a apresentação, sendo mais significativo para a solução nasal de 0,1mg/ml devido à sua maior quantidade de usuários. Os dados deste estudo são fundamentais para a gestão e alocação de recursos no SUS, fornecendo informações cruciais sobre a demanda pelo medicamento e seu impacto financeiro.
Keywords