Cadernos de Saúde Pública (Sep 2017)

Brasil: balanço da Política Nacional de Controle do Tabaco na última década e dilemas

  • Tânia Maria Cavalcante,
  • Mariana Coutinho Marques de Pinho,
  • Cristina de Abreu Perez,
  • Ana Paula Leal Teixeira,
  • Felipe Lacerda Mendes,
  • Rosa Rulff Vargas,
  • Alexandre Octávio Ribeiro de Carvalho,
  • Erica Cavalcanti Rangel,
  • Liz Maria de Almeida

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311x00138315
Journal volume & issue
Vol. 33, no. suppl 3

Abstract

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Desde 2005, o Brasil é Estado Parte da Convenção-Quadro para o controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde, tratado internacional cujas medidas constituem a Política Nacional de Controle do Tabaco (PNCT). Seus resultados se traduzem em significativa redução da prevalência de fumantes e da morbimortalidade tabaco-relacionada. Porém, esses resultados poderiam ter sido maiores não fosse o poder de interferência da cadeia produtiva do tabaco controlada por empresas transnacionais que tem se intensificado ao longo dos últimos 10 anos à medida que o Brasil avança na implementação da Convenção. Essas empresas tornaram o Brasil não só um celeiro de tabaco como também um celeiro de poder econômico e político capaz de colocar sob ameaça as conquistas da PNCT. Este Ensaio busca fazer uma narrativa sobre a evolução da PNCT e sobre o modus operandi da cadeia produtiva do tabaco para obstruí-la e discute como o fortalecimento de políticas de promoção de alternativas à produção de fumo poderia protegê-la desse tipo de interferência.

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