Cadernos Cajuína (Apr 2020)

LIVROS DE AREIA: EM BUSCA DE UMA CHAVE HERMENÊUTICA PARA A HISTORIOGRAFIA DO DESIGN

  • WANDYR HAGGE

Journal volume & issue
Vol. 5, no. 2
pp. 96 – 114

Abstract

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Cabe, em geral, à História a missão de ordenar um passado vago e virtualmente infinito transformando-o em narrativas que buscam neutralizar o improvável e construir realidades que deem sentido e inteligibilidade ao tempo e aos objetos sobre os quais ele se desdobra. Mas que misterioso poder é esse que tem uma pessoa que escreve História. O poder de transformar o “nada” – ou o “quase-nada” das fontes nem sempre reais (ou precisas) -, em “verdades”. Em busca de um estatuto epistêmico próprio, é possível concluir que a História não existe; o que existe são “historiografias”; interpretações. A reflexão filosófica que estuda a natureza teórica da historiografia, nos diversos objetos históricos passíveis de contemplação é, nesse sentido, essencialmente hermenêutica. Esse texto se debruça sobre a fatuidade de se fazer história e, em particular, sobre o desafio de se pensar (teoricamente) a história do design.