Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)
Avaliação farmacoterapêutica e educação popular em saúde com pacientes diabéticos atendidos em um centro de saúde no interior da Bahia: relato de experiência
Abstract
Introdução: A Diabetes melitus (DM) é uma doença crônica de alta prevalência em adultos e idosos que demanda a utilização de terapia medicamentosa, associada a mudanças no estilo de vida. Por esta razão o acompanhamento farmacêutico somado à prática da educação em saúde são essenciais e podem contribuir para melhoria na adesão terapêutica, bem como do autocuidado pelo paciente diabético. Objetivo: relatar uma atividade de avaliação farmacoterapêutica e educação em saúde com pacientes diabéticos em um Centro de Saúde no interior da Bahia. Métodos: Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas por discentes do curso de Farmácia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, na disciplina Estudos de Utilização de Medicamentos, em um Centro de Saúde, no município de Jequié-BA. Foram acompanhados de forma voluntária, 13 pacientes diabéticos cadastrados na unidade, onde foi realizado o teste de glicemia capilar de jejum, respeitando todas as normas de biossegurança. Durante a anamnese farmacológica foi preenchida uma ficha farmacoterapêutica para a avaliação do uso de medicamentos, constando a identificação do paciente, histórico familiar, características sociodemográficas e dados sobre o uso dos medicamentos. Posteriormente, os discentes realizaram orientações verbais específicas a cada paciente e disponibilizaram um material educativo a respeito da terapia medicamentosa e hábitos saudáveis para o controle da doença. Todas as atividades foram supervisionadas por um farmacêutico. Resultados: Dentre os pacientes atendidos, houve predomínio do sexo feminino (84,6%), sendo a maioria idosas (72,7%); a média de idade foi de 65,7 anos e a maioria possuía baixo nível de escolaridade (61,5% eram analfabetos). Durante a anamnese farmacêutica, 91% dos pacientes referiram o uso de hipoglicemiantes orais e apenas 9% não faziam uso de medicamentos. Foi observado que 92,3% dos pacientes ultrapassaram as metas de controle metabólico, uma vez que a medida da glicemia variou entre 108 mg/dL a 366 mg/dL (média 190,61 mg/dL). No que se refere a forma de acesso a medicamentos, apenas 38,5% dos pacientes relataram adquiri-los em farmácias públicas, enquanto que 61,5% tinham acesso pelo do Programa “Aqui tem Farmácia Popular” ou em farmácias privadas através de recursos próprios, afirmando que encontravam dificuldades de aquisição dos medicamentos na atenção básica, fato que pode estar relacionado a alta demanda de pacientes, associados a baixa oferta de medicamentos. Conclusão: As atividades desenvolvidas foram de extrema importância pois ressaltam a necessidade da atuação do farmacêutico na atenção primária para o fortalecimento do uso racional de medicamentos e promoção da adoção de hábitos saudáveis por pacientes diabéticos, a fim de melhorar a qualidade de vida, evitar agravos adjacentes à saúde e consequentemente maximização de custos para o paciente e para os serviços de saúde.