Medicina (Jun 2015)

Esteatose hepática aguda da gravidez: relato de caso e revisão de literatura

  • Rômulo Pedroza Pinheiro,
  • Ivelise Regina Canito Brasil,
  • Shirley Kelly Bede Bruno,
  • Ticiana Mota Esmeraldo,
  • Marina Madeira Castelo Branco,
  • Ricardo Bezerra Walraven

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v48i3p315-320
Journal volume & issue
Vol. 48, no. 3

Abstract

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A esteatose hepática aguda da gravidez (EHAG) é uma complicação obstétrica rara e grave, que ocorre durante o terceiro trimestre de gestação. O objetivo deste estudo é o relato de caso de EHAG em paciente internada em hospital terciário. Gestante, 36 anos, na 37ª semana de gravidez previamente hígida até quatro dias antes da admissão hospitalar. Iniciou quadro de dor abdominal em epigástrio e hipocôndrio direito, icterícia progressiva, desidratação, febre e calafrios. Evoluiu com piora dos sintomas, hematêmese, hipotensão e hipoglicemia. A função hepática apresentava alterações. O coagulograma revelava tempo de protrombina e de tromboplastina parcial alargados. Os marcadores virais para hepatites A, B e C foram negativos. No pós-operatório imediato da Cesárea, a paciente evoluiu com distúrbio da coagulação, episódios de hipoglicemia, piora da icterícia e encefalopatia hepática, caracterizando o diagnóstico de insuficiência hepática aguda (IHA). Após quatro dias de tratamento da encefalopatia hepática houve melhora do sensório até apresentar-se consciente, orientada, sem flapping, apenas com tratamento conservador e não preencheu os critérios do King’s Collegue de indicação para transplante hepático. No 15o dia de internação tanto a paciente e filho encontravam-se bem. Com o conhecimento e diagnóstico de EHAG, no reconhecimento precoce de casos mais leves, incluindo interrupção precoce da gravidez por cesariana e grandes volume de plasma fresco congelado e albumina, alternadamente, o prognóstico de EHAG pode melhorar.

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