Revista de Estudos da Linguagem (Mar 2014)

Linguística experimental: aferindo o curso temporal e a profundidade do processamento

  • Marcus Maia

Journal volume & issue
Vol. 21, no. 1

Abstract

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Discute-se, neste artigo, a aferição do curso temporal da computação dos subprocessos gramaticais e a avaliação da sua profundidade, nas três dimensões envolvidas necessariamente no estudo do processamento, a saber,os sujeitos, os métodos e o input linguístico. A inspeção sistemática do curso temporal do processamento de diferentes estruturas tem revelado que muitos subprocessos linguísticos são, frequentemente, subespecificados ou mesmo não especificados. O presente artigo investiga discrepâncias na aferição on-line e off-line de construções estruturalmente ambíguas em português,envolvendo os princípios da Aposição Mínima e da Aposição Local(cf. FRAZIER; 1979; FRAZIER; RAYNER, 1982), para demonstrar que, ao contrário do processo de análise sintática, que é imediato, a informação de natureza pragmática (plausibilidade) e lexical (subcategorização e traços[+humano/-humano]) é acessada tardiamente. Discrepâncias relacionadas aos grupos de sujeitos são também demonstradas no julgamento de ilhas sintáticas e discrepâncias relacionadas ao efeito good enough (cf. FERREIRAet al., 2002) com diferentes tipos de input linguístico são analisadas em estudos de rastreamento ocular.

Keywords