Revista de Biologia Neotropical (Jul 2013)

Morfoanatomia e Metabólitos de Órgãos Vegetativos de Apopyros warmingii (Baker) G. L. Nesom e Ichthyothere terminalis (Spreng.) S. F. Blake (Asteraceae): Estratégias Adaptativas ao Cerrado Rupestre

  • Dayana Figueiredo Abdalla

DOI
https://doi.org/10.5216/rbn.v9i2.24630
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 2

Abstract

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Apopyrus warmingii G. L. Nesom e Ichthyothere terminalis (Spreng.) S. F. Blake são plantas herbáceas pertencentes à família Asteraceae, ocorrentes no cerrado rupestre, onde estão sujeitas a condições extremas, com variações drásticas de temperatura, escassez de substrato, limitação no suprimento hídrico e de nutrientes. Plantas encontradas nestas condições apresentam caracteres estruturais e fisiológicos que as possibilitam sobreviver nesse ambiente. O presente trabalho buscou identificar características morfológicas, anatômicas e fisiológicas de A. warmingii e I. terminalis relacionadas à adaptação das espécies ao cerrado rupestre. Amostras do material botânico foram coletadas no Parque Estadual da Serra Dourada-GO e submetidas às microtécnicas fotônicas e eletrônicas de varredura. Nas espécies estudadas foram observadas características morfológicas como a consistência das folhas, sistema subterrâneo espessado com gemas na região proximal do órgão, e anatômicas como folhas anfiestomáticas com maior densidade estomática e diminuição no tamanho dos estômatos no período de seca, células epidérmicas com paredes periclinais externas e internas espessadas, tricomas tectores e glandulares, ductos e cavidades secretoras, mesofilo isobilateral, esclerofilia, sistema subterrâneo com abundância de parênquima xilemático com armazenamento de frutanos da série da inulina. Nas folhas foi verificada a produção dos seguintes metabólitos secundários: flavonóides, esteróides, triterpenóides, cumarinas, saponinas e mucilagem. Estas características estão relacionadas à adaptação e/ou tolerância das plantas ao cerrado rupestre.