Revista de Saúde Pública (Dec 2004)

Características epidemiológicas do suicídio no Rio Grande do Sul Epidemiological aspects of suicide in Rio Grande do Sul, Brazil

  • Stela Nazareth Meneghel,
  • Cesar Gomes Victora,
  • Neice Müller Xavier Faria,
  • Lenine Alves de Carvalho,
  • João Werner Falk

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000600008
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 6
pp. 804 – 810

Abstract

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OBJETIVO: Descrever as características epidemiológicas de mortalidade por suicídio em uma série histórica de dez anos. MÉTODOS: Foram construídas séries históricas de mortalidade por suicídio no Rio Grande do Sul a partir de dados do Sistema de Notificação de Mortalidade do Ministério da Saúde, para o período 1980 a 1999. Os dados foram padronizados de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde e analisados segundo variáveis demográficas clássicas. RESULTADOS: As taxas de suicídios durante todo o período estudado (coeficientes e mortalidade proporcional) configuraram-se como as maiores do País. Os coeficientes padronizados passaram de níveis em torno de 9/100.000 nos anos 80 para 11/100.000 em 1999. Esse alto nível de mortalidade deveu-se principalmente ao aumento da mortalidade masculina, cujos coeficientes passaram de 14/100.000 para os atuais 20/100.000. A razão homemmulher aumentou de três para cinco. Os maiores coeficientes correspondiam aos idosos, embora as taxas estejam aumentando na população de adultos jovens. Pessoas viúvas e aquelas ocupadas na agropecuária e pesca apresentaram coeficientes de mortalidade mais elevados. CONCLUSÕES: O estudo destaca o suicídio como um problema de saúde coletiva no Rio Grande do Sul e revela características que contribuem para ações preventivas.OBJECTIVE: To describe epidemiological aspects of suicide mortality in a 10-year time series. METHODS: Suicide deaths reported in the state of Rio Grande do Sul (RS), Brazil, were put together as historical time series based on data from the Ministry of Health Mortality Reporting System for the period 1980 to1999. Suicides were grouped according to the WHO criteria and analyzed using standard demographic variables. RESULTS: Suicide rates (proportional mortality and mortality rates) in RS during the study period were the highest in Brazil. The standardized rates grew from around 9 per 100,000 in the 1980s to 11 per 100,000 in 1999. This increase in mortality was attributed mainly to male mortality rates that grew from 14 per 100,000 to the current 20 per 100,000. The male:female ratio increased from 3 to 5. The highest ratios were seen among the elderly although this ratio has been increasing in young adults as well. Widows, widowers and farmers/fishers had the highest mortality rates. CONCLUSIONS: The study highlights suicide as a collective health problem in RS and shows aspects that could contribute to preventive action.

Keywords