Brazilian Neurosurgery (Jun 2007)

Hidrocefalia aguda essencial

  • Hugo de Souza,
  • Francisco Doutel,
  • Carlos Augusto Borges,
  • Ronaldo Gonçalves de Azevedo,
  • Walter Oliveira Junior,
  • Carlos Henrique Ribeiro

DOI
https://doi.org/10.1055/s-0038-1625510
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 02
pp. 53 – 59

Abstract

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Objetivo: Apresentar discussão sobre o tema hidrocefalia aguda e a necessidade de se identificar os subtipos com a finalidade de proporcionar subsídios para a melhor compreensão e abordagem nessas situações. Considerações: A hidrocefalia é um distúrbio da dinâmica do líquido cefalorraquidiano em que há uma expansão do compartimento liquórico encefálico, notadamente do sistema ventricular. Por meio da revisão de literatura, evidencia-se uma extensa classificação com base em parâmetros diversos. Assim, é possível se definir hidrocefalia congênita e adquirida; obstrutiva e por superprodução de liquor; interna e externa; de alta pressão e de pressão normal; aguda, subaguda e crônica; sintomática e assintomática; comunicante e não-comunicante; mono, bi, tri e tetraventricular; “ex vacuo” e “arrested hydrocephalus”. Neste contexto complexo e diversificado, a hidrocefalia aguda tem seu diagnóstico freqüentemente estabelecido com base no tempo de evolução da síndrome de hipertensão intracraniana, que normalmente a acompanha. Entretanto, como a ventriculomegalia não é um fenômeno passivamente determinado pela hipertensão liquórica intraventricular, ocorrem casos de dissociação entre o grau de dilatação ventricular e o grau de hipertensão intracraniana. Melhor seria, então, considerar como fator diagnóstico a presença de lesão obstrutiva indiscutivelmente aguda causadora da hidrocefalia. Porém, ainda assim, julgamos necessário distinguir-se um subtipo que exige uma abordagem direta independentemente da conduta adotada para a lesão expansiva inicial, a que denominamos hidrocefalia aguda essencial, em oposição ao subtipo hidrocefalia aguda não-essencial, cuja resolução é dependente da resolução da lesão expansiva que lhe deu origem. Conclusão: O conceito de hidrocefalia aguda essencial é operacional e de apurada precisão técnica, capaz de proporcionar subsídios à melhor abordagem da hidrocefalia aguda. Entretanto, ainda é necessária uma melhor compreensão do papel desempenhado pelos compartimentos estruturais encefálicos, pela ventriculomegalia e pelo hemoventrículo na fisiopatogenia das hidrocefalias em geral e das hidrocefalias agudas em particular.

Keywords