Terra Latinoamericana (Apr 2019)

Balanço de nitrogênio, fósforo e potássio na agricultura da América Latina e o Caribe

  • Roni Fernandes Guareschi,
  • Robert Michael Boddey,
  • Bruno José Rodrigues Alves,
  • Leonardo Fernandes Sarkis,
  • Marcio dos Reis Martins,
  • Cláudia Pozzi Jantalia,
  • Juan José Peña Cabriales,
  • José Antonio Vera Núñez,
  • Segundo Urquiaga

DOI
https://doi.org/10.28940/tl.v37i2.423
Journal volume & issue
Vol. 37, no. 2
pp. 105 – 119

Abstract

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O objetivo deste trabalho é avaliar o consumo de nutrientes (CN) e exportação de nutrientes do campo através dos produtos colhidos (EN), visando estimar o balanço dos principais macronutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) nos países da América Latina e Caribe (ALC). O balanço de nutrientes (BN) foi estimado pela quantidade de nutrientes que entra nos sistemas agrícolas pela adubação e fixação biológica de nitrogênio (FBN) em relação à quantidade que deixa o sistema pelos produtos colhidos, em cada um dos países da região. A região da ALC, com base em estatísticas oficiais correspondentes ao ano 2016, apresentou um balanço positivo de N, no entanto, em alguns países (Argentina, Bolívia e Paraguai) esse balanço foi negativo. A FBN é a principal fonte de N da agricultura latino-americana, respondendo por 62% (11,29 Mt N) do total de N (18,10 Mt N) que ingressa anualmente nos sistemas agrícolas. De um modo geral, o fornecimento de P via adubação na América Latina atenderam as exportações realizadas pelos produtos colhidos, com exceção dos países Argentina, Bolívia, Guatemala e México, os quais se utilizaram de reservas do solo para a nutrição das plantas. O K foi um dos nutrientes cuja aplicação não atende a demanda das culturas da região, apresentando balanços negativos em quase todos os países, exceto Brasil, Colômbia e Venezuela. Deve-se destacar que em muitos solos agrícolas na região, a disponibilidade de K ainda é alta. Os maiores cuidados com o uso de insumos, incluindo os fertilizantes, se dá com os cultivos de soja, milho, café, cana de açúcar e laranja, ficando o restante dependente da fertilidade natural dos solos, que em sua maioria já são pobres, colocando em risco a segurança alimentar.

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