A Cor das Letras (Feb 2017)

WALTER BENJAMIN E AS CIDADES: CHOQUE, VIVÊNCIA E MEMÓRIA

  • Leonardo Barci Castriota

DOI
https://doi.org/10.13102/cl.v13i1.1470
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 1
pp. 47 – 60

Abstract

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A realidade contemporânea parece marcada pela “estetização”, que perpassaria todas as esferas do vivido, chegando a própria realidade, no limi- te, a ser percebida como um “construto estético”. Ao procurar explicar esse fenômeno, o filósofo alemão Wolfgang Welsch argumenta que essa hiperes- tetização da realidade corresponderia a uma necessidade insaciável de se ter cada vez mais “vivências” (Erlebnisse), estando o mundo sendo crescente- mente transformado num “espaço de vivências” (Erlebnisraum). Ao tomar esse caminho explicativo, Welsch nos remete a uma discussão tradicional no pensamento alemão, muito bem representada pela abordagem de Walter Benjamin (1893-1940), que relaciona a temática da vivência às mudanças trazidas pela modernidade aos domínios da percepção, da recepção da arte e da própria memória.