Revista de Saúde Pública (Nov 2009)

Auto-avaliação da saúde e fatores associados, Brasil, 2006 Auto-evaluación de la salud y factores asociados, Brasil, 2006 Self-rated health and associated factors, Brazil, 2006

  • Marilisa Berti de Azevedo Barros,
  • Luane Margarete Zanchetta,
  • Erly Catarina de Moura,
  • Deborah Carvalho Malta

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000900005
Journal volume & issue
Vol. 43
pp. 27 – 37

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar a prevalência de saúde auto-avaliada como ruim e fatores associados. MÉTODOS: Foram analisados dados de 54.213 pessoas com idade >18 anos, coletados pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) nas capitais brasileiras e Distrito Federal, em 2006. Um residente em cada domicílio, com ao menos uma linha de telefonia fixa, foi sorteado em amostras probabilísticas, respondendo ao questionário. As variáveis independentes analisadas foram de natureza demográfica, comportamental e de morbidade referida. Foram estimadas prevalências e razões de prevalência brutas e ajustadas da saúde auto-avaliada como ruim utilizando regressão de Poisson. RESULTADOS: Saúde auto-avaliada como ruim foi mais freqüente em mulheres, em indivíduos mais idosos, de menor escolaridade, sem atividade ocupacional, e residentes em capitais do Norte e do Nordeste; entre homens, a prevalência de auto-avaliação da saúde ruim foi mais elevada na região Sudeste comparativamente à Sul. Fumar > 20 cigarros/dia, não praticar atividade física no lazer regularmente e apresentar baixo peso ou obesidade associaram-se a auto-avaliação de saúde como sendo ruim em ambos os sexos; pré-obesidade e consumo freqüente de frutas e hortaliças foram significantes entre mulheres e, não assistir televisão, entre os homens. A prevalência de saúde como sendo ruim cresceu com o aumento do número de morbidades referidas. Apresentar quatro ou cinco morbidades resultou em RP=11,4 entre homens e RP=6,9 entre mulheres, em comparação àqueles que não apresentavam morbidades. CONCLUSÕES: Desigualdades regionais, de sexo e escolaridade foram observadas na prevalência da saúde auto-avaliada como ruim, e sua associação com comportamentos nocivos à saúde e comorbidades reforçam a necessidade de estratégias de promoção de hábitos saudáveis e de controle de doenças crônicas.OBJETIVO: Evaluar la prevalencia de salud auto-evaluada como mal y factores asociados. MÉTODOS: Fueron analizados datos de 54.213 personas con edad > 18 años, colectados por el Sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL) en las capitales brasileras y Distrito Federal, en 2006. Un residente en cada domicilio, con al menos una línea telefónica fija, fue sorteado en muestras probabilísticas, respondiendo al cuestionario. Las variables independientes analizadas fueron de naturaleza demográfica, de comportamiento y de morbilidad referida. Fueron estimadas prevalencias y razones de prevalencia brutas y ajustadas de la salud auto-evaluada como mal utilizando regresión de Poisson. RESULTADOS: Salud auto-evaluada como mal fue más frecuente en mujeres, en individuos más ancianos, de menor escolaridad, sin actividad ocupacional, y residentes en capitales del Norte y del Noreste; entre hombres, la prevalencia de auto-evaluación de la salud mal fue más elevada en la región Sureste comparativamente a la del Sur. Fumar > 20 cigarros/día, no practicar actividad física en el ocio regularmente y presentar bajo peso u obesidad se asociaron a auto-evaluación de salud como siendo mal en ambos sexos; pre-obesidad y consumo frecuente de frutas y hortalizas fueron significantes entre mujeres y, no ver televisión, entre los hombres. La prevalencia de salud como siendo mal creció con aumento del número de morbilidades referidas. Presentar cuatro o cinco morbilidades resultó en RP = 11,4 entre hombres y RP = 6,9 entre mujeres, en comparación a aquellos que no presentaban morbilidades. CONCLUSIONES: Desigualdades regionales, de sexo y escolaridad fueron observadas en la prevalencia de la salud auto-evaluada como mal, y su asociación con comportamientos nocivos a la salud y comorbilidades refuerzan la necesidad de estrategias de promoción de hábitos saludables y de control de enfermedades crónicas.OBJECTIVE: To assess prevalence of poor self-rated health and associated factors. METHODS: Data from 54,213 individuals aged >18 years, collected by the Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL - Telephone-based Surveillance of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases), in Brazilian state capitals and Federal District, in 2006, were analyzed. One resident of each household, with at least one fixed telephone line, was randomly selected from probability samples, subsequently answering the questionnaire. Independent variables analyzed were of a demographic, behavioral and self-reported morbidity nature. Prevalences and crude and adjusted prevalence ratios of poor self-rated health were estimated using Poisson regression. RESULTS: Poor self-rated health was more frequent in women, older individuals and those with lower level of education, without an occupation and living in state capitals of the Northern and Northeastern regions; among men prevalence of poor self-rated health was higher in the Southeastern region than in the Southern region. Smoking > 20 cigarettes/day, lack of regular physical activity in leisure time and low weight or obesity were associated with poor self-rated health in both sexes; pre-obesity and frequent consumption of fruits and vegetables were significant in women, while not watching television was significant in men. Prevalence of poor self-rated health increased with the growth in the number of self-reported morbidities. Having four or five morbidities resulted in PR=11.4 in men and PR=6.9 in women, compared to those who did not have morbidities. CONCLUSIONS: Regional, sex and level of education inequalities were observed in the prevalence of poor self-rated health. In addition, its association with unhealthy behavior and comorbidities emphasize the need for strategies to promote healthy habits and those to control chronic diseases.

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