Revista Subjetividades (Nov 2020)

O Sujeito Adolescente e o Corpo: Uma Leitura Psicanalítica

  • Pollyana Silveira de Almeida,
  • Andréa Hortélio Fernandes

DOI
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp2.e9311
Journal volume & issue
Vol. 20
pp. online: 28/11/2020 – online: 28/11/2020

Abstract

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A questão da infância e do que resta de infantil na estrutura do sujeito está posta desde Freud e é partilhada por diversos autores até hoje. E quanto ao “sujeito adolescente”? O que se pode dizer sobre a sua relação com o inconsciente? Entende-se que o termo “sujeito adolescente”, embora não tenha sido utilizado pelos cânones, está em consonância com o ensino de Freud e de Lacan sobre o inconsciente estruturado como uma linguagem. Enquanto o indivíduo adolescente (púbere) indica uma pessoa que se encontra em uma determinada faixa etária (não unânime), na qual são esperadas transformações biológicas, o sujeito adolescente indica o efeito, a resposta aos impasses da vida humana que se manifestam através das formações do inconsciente. No entanto não há como não se deparar com a questão das transformações pubertárias em um determinado momento da vida. Propõe-se que a adolescência ex-siste à puberdade, no sentido de ter com ela pontos de convergência, mas, ao mesmo tempo, ser não-toda circunscrita pelas transformações anatomofisiológicas. Diante disso, algumas questões tornam-se pertinentes, especialmente após mais de um século da publicação dos Três Ensaios de Freud, em que o autor fala da puberdade a partir dos marcadores biológicos, mas também para além deles, evidenciando as exigências do trabalho de subjetivação, que se impõem com as transformações corporais. Dessa maneira, este trabalho parte das seguintes questões: como articular essa passagem temporal diacrônica que promove maturação biológica à temporalidade lógica da adolescência? O que é o corpo adolescente? E o que dizer do encontro com o corpo do Outro?

Keywords