Revista Águas Subterrâneas (Jan 2019)
SENSORIAMENTO REMOTO, AEROGEOFÍSICA, GEOLOGIA ESTRUTURAL E GEOPROCESSAMENTO APLICADOS À HIDROGEOLOGIA. ESTUDO DE CASO NOS MUNICÍPIOS DE BOA VIAGEM E MOMBAÇA
Abstract
Há tempos a população do semiárido nordestino sofre com problemas de abastecimento de água, decorrentes dos períodos de seca. Alternativas para este cenário foram criadas na forma de políticas públicas, como a construção de açudes, captação de recursos hídricos subterrâneos, transposição de rios e captação de água através de cisternas. No Estado do Ceará a situação é grave. Com pluviosidade média anual de 800 mm (FUNCEME) e extensos períodos sem chuva, suas águas subterrâneas têm alta salinidade, provocada pela lixiviação superficial e transporte para o reservatório, ou dissolução interna no próprio aquífero (Santiago et al., 2000). Cerca de 85% do território do estado cearense pertence ao semiárido (Roberto e Silva, 2010), sendo ausente em algumas porções da região litorânea. Nesse contexto, o conhecimento sobre a hidrogeologia é fundamental para o melhor aproveitamento das águas subterrâneas. Em regiões onde as fraturas são mais permeáveis, estudos interdisciplinares empregando geologia estrutural, geomorfologia e interpretação de imagens de sensores remotos têm auxiliado no conhecimento desses aquíferos, muitas vezes mostrando que existem correlações entre padrões geomorfológico-estruturais e a produtividade de poços.