Cadernos de Saúde Pública (Mar 2018)

Avaliação dos níveis de chumbo e mercúrio em população exposta ambientalmente na Região Centro-oeste do Brasil

  • Leda Diva Freitas de Jesus,
  • Maria de Fátima Ramos Moreira,
  • Sayonara Vieira de Azevedo,
  • Renato Marçullo Borges,
  • Regina Aderne de Almeida Gomes,
  • Fernanda Pereira Baptista Bergamini,
  • Liliane Reis Teixeira

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311x00034417
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 2

Abstract

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O objetivo foi avaliar o nível de exposição ao chumbo e mercúrio em população do Pantanal Mato-grossense, Brasil. Chumbo no sangue (Pb-S) (n = 119) e mercúrio na urina (Hg-U) (n = 109) de moradores da região foram determinados por espectrometria de absorção atômica. A comparação de médias e correlação entre as variáveis utilizaram o teste ANOVA e a regressão linear, respectivamente, com 95% de confiança. Pb-S médio foi 2,82 ± 1,53µg dL-1. A comparação de Pb-S estratificado por local de coleta (p ≤ 0,01), atividade laboral (p ≤ 0,01) e consumo de leite produzido na região (p ≤ 0,05) mostrou diferenças estatisticamente significativas. Também houve associações positivas entre Pb-S e local de coleta (p ≤ 0,01), profissão dos participantes (p ≤ 0,05), consumo de leite da região (p ≤ 0,01) e origem da água de consumo (p ≤ 0,01). A média de Hg-U foi 1,41 ± 0,98µg L-1. Os teores mostraram diferenças significativas apenas quanto à profissão dos participantes (p ≤ 0,01), e associações positivas surgiram entre Hg-U e atividade profissional (p ≤ 0,01) assim como índice de massa corporal dos sujeitos de estudo (p ≤ 0,01). As amostras apresentaram baixos níveis de chumbo e mercúrio, semelhantes àqueles encontrados em populações também expostas ambientalmente. Apesar dessas baixas concentrações, o conhecimento atual sobre toxicidade desses metais mostra que efeitos à saúde já podem ser sentidos em níveis antes considerados seguros, o que caracteriza o perigo.

Keywords