Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Dec 2010)

Antituberculosis drug-induced hepatotoxicity: a comparison between patients with and without human immunodeficiency virus seropositivity Hepatotoxicidade induzida pelos tuberculostáticos: comparação em pacientes com e sem soropositividade para o vírus da imunodeficiência humana

  • Natalia Saldanha Magalhães Coca,
  • Marcelo Silva Oliveira,
  • Izabela Voieta,
  • Carlos Maurício de Figueiredo Antunes,
  • José Roberto Lambertucci

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86822010000600004
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 6
pp. 624 – 628

Abstract

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INTRODUCTION: The prevalence and risk factors for rifampin, isoniazid and pyrazinamide hepatotoxicity were evaluated in HIV-infected subjects and controls. METHODS: Patients with tuberculosis (30 HIV positive and 132 HIV negative), aged between 18 and 80 years-old, admitted to hospital in Brazil, from 2005 to 2007, were selected for this investigation. Three definitions of hepatotoxicity were used: I) a 3-fold increase in the lower limit of normal for alanine-aminotransferase (ALT); II) a 3-fold increase in the upper limit of normal (ULN) for ALT, and III) a 3-fold increase in the ULN for ALT plus a 2-fold increase in the ULN of total bilirubin. RESULTS: In groups with and without HIV infection the frequency of hepatotoxicity I was 77% and 46%, respectively (p INTRODUÇÃO: Avaliou-se a prevalência e os fatores de risco para hepatotoxicidade aos tuberculostáticos em pacientes HIV positivos e controles. MÉTODOS: Selecionou-se 162 pacientes com tuberculose, tratados com rifampicina, isoniazida e pirazinamida, na faixa etária de 18 a 80 anos, internados em hospital público no Brasil, entre 2005 e 2007. Eles foram divididos em dois grupos: 30 infectados pelo HIV e 132 controles. Adotou-se três definições para hepatotoxicidade: I) aumento de três vezes no valor inferior normal da alanina-aminotransferase (ALT); II) aumento de três vezes no valor superior normal (VSN) da ALT; III) aumento de três vezes no VSN da ALT e duas vezes no VSN da bilirrubina total. RESULTADOS: Nos grupos com e sem infecção pelo HIV, a frequência de hepatotoxicidade I foi de 77% e 46%, respectivamente (p<0,01). Para as definições II e III a frequência de hepatotoxicidade não diferiu entre os grupos estudados. De 17 pacientes com hepatotoxicidade induzida por droga (definição III), três não apresentaram sintomas e o tratamento foi mantido sem intercorrências. Oito (36,4%) de 22 indivíduos apresentaram efeitos colaterais e interromperam o tratamento, mas não apresentavam hepatotoxicidade pela definição III. O abuso de álcool associou-se à hepatotoxicidade apenas para a definição I. CONCLUSÕES: Na dependência da definição escolhida, a infecção pelo HIV pode ou não associar-se à hepatotoxicidade. Foi grande o impacto que pequenas alterações na definição de hepatotoxicidade tiveram nos resultados. Nenhuma morte associou-se ao uso de tuberculostáticos. O surgimento de sintomas não pôde ser atribuído aos tuberculostáticos em um terço dos casos.

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