Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Mar 2006)
Perfuração de mucosa esofágica por sonda entérica: relato de caso Perforation of esofagic mucosa for enteric tube: case report
Abstract
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Relatar um caso de paciente submetida à passagem de sonda enteral (SE) na UTI, sendo evidenciado falso trajeto no esôfago proximal durante o procedimento endoscópico, demonstrando tunelização pela submucosa. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 77 anos, transferida para UTI, onde foi instalada sonda oroentérica (devido à dificuldade de ser realizada através de ambas as narinas) sendo confirmada sua posição através de radiografia tóraco-abdominal. A paciente permaneceu em torno de 10 dias com a SE, recebendo dieta, sem qualquer alteração. No décimo dia evoluiu com melena e redução dos valores de hemoglobina e hematócrito, sem repercussão hemodinâmica. Foi submetida à endoscopia digestiva alta que evidenciou lesão ulcerosa bulbar de 2,5 cm, com sinais de sangramento pregresso. Durante o exame foi visibilizado um falso trajeto da SE no esôfago proximal, ou seja, no terço superior, cerca de 2 cm abaixo do cricofaríngeo, tunelizada pela submucosa possivelmente por todo segmento descrito, seguindo seu trajeto habitual até câmara gástrica. CONCLUSÕES: Pacientes de alto risco para perfuração esofágica por instalação de SE podem ser identificados e cuidados adequados podem ser utilizados. Se ocorrer perfuração, esta deve ser identificada precocemente, para tratamento adequado. Ele depende da individualização de cada caso e mesmo a terapia clínica pode ser apropriada em casos selecionados.BACKGROUND AND OBJECTIVES: This study is a case report of a patient that was submitted to implant of enteric tube (ET) in the ICU, being evidenced false passage in proximal esophagus during endoscopic procedure, demonstrating tunnel for the submucosa. CASE REPORT: A 77 years old woman, transferred to ICU, where ET was installed (due to difficulty of being carried through both nostrils) being confirmed its position through thoraco-abdominal x-ray. The patient remained around 10 days with the ET, receiving diet, without any alteration. In the 10th day she was evolved with melena and reduction of the values of Hb/Ht, without hemodynamic repercussion. Submitted to the high digestive endoscopic that evidenced ulcer injury to bulbar, of about 2.5 cm, with signals of former bleeding. During the examination, a false passage of the ET in proximal esophagus was visualized: 2 cm below of the crico-faring, tunnel for the submucosa possibly for all above-mentioned segments, following its habitual passage until gastric chamber. CONCLUSIONS: Patients of high risk for esophagus perforation for ET installation can be identified and well-taken care of adjusted they can be used. If to occur perforation, this must be identified how much so early possible, for adequate treatment. The adequate treatment depends of each case and same the clinical therapy can be appropriate in selected cases.
Keywords