OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DIANTE DA IMPLANTAÇÃO DOS TENSOR TIP VSM BIOSSINAIS NA TRIAGEM CLÍNICA NO HEMOCENTRO EM RECIFE

Abstract

Introdução: A educação permanente em saúde (EPS) constitui-se numa estratégia de ensino e aprendizagem no ambiente de trabalho, o enfermeiro tem papel essencial nessa área e acompanhando as inovações tecnológicas na saúde, em 2022 foi implantado um dispositivo não invasivo (Biossinais), voltado à análise dos parâmetros clínicos na triagem clínica. Objetivo: Descrever o papel da EPS nas fases de processo de implantação e avaliação do biossinais no período de 24 meses. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, demonstrando a participação dos enfermeiros da EPS nas etapas de implantação do biossinais (planejamento, validação e instalação, treinamento da equipe), bem como a avaliação dos indicadores de qualidade (IQ's) de Taxa de Inaptidão Clínica (TIC) e Taxa de Reação Adversa a Doação (TRAD) no período de junho/2022 a maio/2024, para a análise estatística dos indicadores foi utilizada média aritmética. Resultado e Discussão: Na fase de planejamento foram realizadas reuniões entre a Diretoria, Supervisões, enfermeiros da EPS e a empresa responsável, visando a apresentação do equipamento, capacitação da equipe de EPS e a análise do impacto na assistência. Em abril/2022 realizou a validação do aparelho, foram selecionados aleatoriamente 300 candidatos a doação, sendo submetidos à aferição dos dados de Hematócrito/Hemoglobina (Ht/Hb), Pressão arterial e pulso com análise comparativa entre o biossinais vs tensiômetro digital e o aparelho de aferição invasivo, além de coleta de amostra de sangue venoso para análise no laboratório de qualidade da instituição, após a análise, o aparelho foi validado e posteriormente, iniciou-se o treinamento da equipe de triagem clínica. Em maio/2022, caracterizou-se pela transição entre as duas metodologias, e a equipe de EPS proporcionou treinamentos teoricos-práticos com avaliação da equipe de triagistas (médicos e enfermeiros) e atualização dos protocolos operacionais (POP's) e momentos visando sanar dúvidas sobre a operacionalização do aparelho. A reavaliação de eficácia do treinamento ocorreu após 40 dias. No mês seguinte houve a extinção da pré-triagem e eliminação da metodologia invasiva na etapa do ciclo do sangue. Ficando a EPS responsável pelos treinamentos e atualizações anuais dos POP's. Na análise dos IQ's, a TIC média nos 24 meses analisados ficou em 18,9%, abaixo da TIC nacional (TIC = 20,67%), isso levou a redução da meta de TIC, ficando estabelecida em 18,5%. Ocorreram mudanças significativas quanto aos motivos de inaptidão mais prevalentes, após a implantação do biossinais, antes a Hb baixa e PA anormal, eram os motivos que mais inaptavam, na nova metodologia, as condições clínicas que mais inaptaram foram a Hb baixa e causas comportamentais, corroborando com outros estudos nacionais que abordam o tema de TIC. O indicador de TRAD permaneceu estável. Outros ganhos marginais observados, mas não mensurados foram: redução de despesas com insumos e menor na produção de resíduo infectante, dimensionamento dos profissionais, gastos com auditoria externa e maior satisfação dos doadores. Conclusão: Os enfermeiros da EPS estiveram presentes em todas as etapas do processo. A implantação do biossinais teve a participação de vários atores representando os mais diversos setores do hemocentro, a fim de garantir a qualidade e a segurança em toda cadeia do ciclo do sangue. Houve a padronização de POP's com treinamentos periódicos com avaliação sistemática, tendo os IQs como referência.