Revista de Estudos Literários da UEMS - REVELL (Sep 2020)
Eu, Nega Fya e a solidão da mulher preta
Abstract
Reflito neste ensaio a respeito do tema solidão da mulher negra, a partir de leituras e interpretações do videoclipe Solidão da mulher preta (2018) de Nega Fya. Faço isso considerando a nossa solidão como um problema de ordem interseccional, conforme é discutido por Carla Akotirene (2018) e acionando a pesquisa de Ana Claudia Pacheco (2013) que mostra como as preferências afetivas são reguladas pelos distintivos raciais. Considero, na leitura do videoclipe as imagens representadas a partir da letra da canção e das performances. Lanço mão de leituras psicanalíticas feitas por Grada Kilomba (2019) e Neusa Santos Souza (1995) para problematizar sobre a fala da mulher negra, bem como sobre os episódios de racismo cotidiano que resgato no texto.