Revista Educação e Emancipação (Dec 2024)
Homogeneização curricular e singularização das juventudes: a armadilha da Reforma do Ensino Médio
Abstract
As reformas curriculares, ao serem apresentadas como soluções para os problemas da educação, mascaram seus reais impactos na formação das juventudes, silenciando suas vozes e marginalizando suas experiências. No intrincado palco do Ensino Médio brasileiro, desenrola-se uma batalha discursiva mascarada sob o véu da modernidade e da transformação. Esses discursos, em sua busca por hegemonia, almejam reconfigurar as relações de poder e as práticas pedagógicas, mas obscurecem as contradições e os reais impactos dessas reformas na formação das juventudes. Em contraponto a essa visão hegemônica, propomos uma reflexão sobre a produção de currículos no Ensino Médio, desvendando as complexas teias de poder que entrelaçam a tessitura curricular e as vivências das juventudes. Adotando uma postura pós-estruturalista e pós-fundacional, questionamos as verdades universais e as estruturas fixas que sustentam a narrativa oficial, reconhecendo o currículo como um mosaico discursivo em constante mutação, permeado por disputas de sentidos e relações de poder. Através dessa lente analítica, compreendemos as juventudes não como meras receptoras passivas do currículo, mas sim como agentes ativos na construção de seus próprios conhecimentos e identidades. As reformas curriculares, em sua ânsia por homogeneizar os saberes, ignoram a pluralidade das juventudes brasileiras, silenciando suas vozes e reprimindo suas resistências. Em contraposição a essa lógica homogeneizadora, este estudo celebra a diversidade das juventudes como fonte de riqueza e transformação social. As juventudes, em sua fluidez e constante reconfiguração, reinventam os currículos, tecendo suas próprias narrativas e construindo saberes que transcendem os limites da escola.
Keywords