Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-051 - IMPORTÂNCIA CLÍNICA DA PROCALCITONINA NA AVALIAÇÃO DE INFECÇÕES BACTERIANAS: RESULTADOS E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

  • Leandro Augusto Ledesma,
  • Luiz Claudio de Assis Kneodler Junior,
  • Camille Alves Brito de Moura,
  • Rayner Betzel Beetz,
  • Silvia Maria Araujo,
  • Silvia Thees Castro,
  • Julia Furtado Heringer,
  • Gerson Gatto de Azevedo Coutinho,
  • Paulo Vieira Damasco

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103980

Abstract

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Introdução: A procalcitonina é um biomarcador que pode auxiliar no manejo clínico na suspeita de infecções bacterianas. Objetivo principal deste estudo foi avaliar a sensibilidade, a especificidade, o valor preditivo positivo (VPP) e o valor preditivo negativo (VPN) dos níveis de procalcitonina no paciente com sepse de acordo com o foco da infecção. Objetivo: Objetivo foi avaliar a relevância da procalcitonina no manejo de pacientes com critérios de sepse, considerando o gatilho da sepse. Método: A metologia utilizada na dosagem de procalcitonia (Procal) é uma reação antígeno-anticorpo sobre matriz imunocromatográfica de nitrocelulose, com imunodetecção em “ sanduiche, quantificada por fluorimetria (Finecare PCT©). O inicio ou termino da terapia antimicrobiana seguiu conforme um fluxo grama do fabricante. Foi realizado 1290 dosagens de procalcitonina em 674 pacientes com suspeita de sepse, internados em três unidades de terapia intensiva de um hospital privado na cidade do Rio de Janeiro. Os focos de infecção para esta análise foram: urinário, pulmonar e sanguíneo. Resultados: Para bacteremia verdadeiras, a dosagem da Procal apresentou sensibilidade de 79,3% e especificidade de 38,5%, VPP: 29,1% e VPN: 85,5% Nas secreções traqueais, a sensibilidade foi de 30,4%, especificidade de 91,5%, VPP: 87,0% e VPN: 41.1%. Em relação às infecções urinárias, a sensibilidade foi de 53,25%, com especificidade de 36,4%, VPP: 27,1% e VPN: 63,6%. Na análise por faixa etária e condição renal, a média da procalcitonina mostrou-se mais alta em pacientes com mais de 70 anos (1,5 µg/L), com doença renal crônica (2,0 µg/L) e mais baixa em pacientes mais jovens (0,8 µg/L) ou sem doença renal crônica (1,2 µg/L). O monitoramento da procalcitonina contribuiu para a redução do tempo de tratamento com antimicrobianos. Observamos durante o período de estudo 2020 a 2022, uma economia de três milhões de reais, representando uma redução custos total com antibióticos de 35,79%. Conclusão: Apesar do último consenso de sepse de 2021 não recomendar a dosagem de procal no paciente com suspeita de sepse devido uma sensibilidade 77% e especificidade 79%, conforme as meta-analises, a dosagem de procalcitonina teve um bom VPP (87,0%) nas infecções respiratórias e um baixo VPP nas infecções urinárias (63,6%). A sensibilidade da procalcitonina neste estudo variou conforme foco infeccioso e as condições clínicas dos pacientes. Esperamos que estudos multicêntricos avalie a efetividade da dosagem de procalcitonina na redução de custos na sepse no Brasil.