Revista de Saúde Pública (Oct 2008)

Utilização do Programa de Saúde da Família em regiões metropolitanas: abordagem metodológica Utilización del Programa de Salud de la Família en regiones metropolitanas: abordaje metodológico Utilization of the Family Health Program in metropolitan regions: a methodological approach

  • Aylene Bousquat,
  • Maria Cecilia Goi Porto Alves,
  • Paulo Eduardo Elias

Journal volume & issue
Vol. 42, no. 5
pp. 903 – 906

Abstract

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OBJETIVO: Apresentar a abordagem metodológica de pesquisa para definição do perfil de utilização de serviços de saúde pela população adstrita ao Programa Saúde da Família. MÉTODOS: Considerou-se a existência de três padrões de uso dos serviços acessados pela população: residual, parcial e completo, definidos a partir do leque de ações do Programa Saúde da Família que são acessadas pela população. Foi realizado inquérito com amostragem em duas fases em área de elevada exclusão social do município de São Paulo (SP), em 2006. Na primeira fase, 960 pessoas participantes de equipes de saúde da família foram sorteadas e classificadas pelos agentes comunitários de saúde em "uso completo" ou não dos serviços de saúde. Na segunda fase, 173 sorteados foram então classificados segundo os padrões de uso dos serviços. RESULTADOS: Os usuários foram classificados em completos (16%), parciais (57%) e residuais (26%), mostrando-se distintos em relação a características sociodemográficas. Houve utilização seletiva e focada dos serviços oferecidos pelo Programa Saúde da Família, na qual pertencer ao sexo masculino, ter escolaridade superior à quinta série do ensino fundamental, exercer atividade remunerada e acessar planos de saúde implicou menor adesão aos serviços, mesmo se tratando de regiões com pouca oferta de serviços assistenciais. Mesmo em áreas de alta exclusão social e baixa oferta de serviços de saúde, 25% da população cadastrada não utiliza serviços ofertados, recebendo apenas visitas domiciliares. CONCLUSÕES: Metodologias capazes de captar distintos padrões de utilização de serviços de saúde pela população podem contribuir para aprimorar a avaliação de serviços.OBJETIVO: Presentar un abordaje metodológico de investigación para la definición del perfil de utilización de los servicios de salud por la población dependiente del Programa de Salud de la Familia. MÉTODOS: Se consideró la existencia de tres patrones de uso de los servicios que accede la población: residual, parcial y completo, definidos a partir del abanico de opciones del Programa de Salud de la Familia, a los que accede la población. Se realizó una investigación con muestreo en dos fases en área de elevada exclusión social del municipio de Sao Paulo (Sureste de Brasil), en 2006. En la primera fase, 960 personas participantes de equipos de salud de la familia fueron sorteadas y clasificadas por los agentes comunitarios de salud en "uso completo" o no de los servicios de salud. En la segunda fase, 173 sorteados fueron clasificados de acuerdo a los patrones de uso de los servicios. RESULTADOS: Los usuarios fueron clasificados en completos (16%), parciales (57%) y residuales (26%), reflejándose distintos con relación a las características sociodemográficas. Hay una utilización selectiva y enfocada de los servicios ofrecidos por el Programa de Salud de la Familia, en la cual pertenecer al sexo masculino, tener escolaridad superior a la quinta serie de la enseñanza fundamental, ejercer una actividad remunerada y acceder a los seguros de salud implica menor adhesión a los servicios, aún tratándose de regiones con poca oferta de servicios asistenciales. Incluso en áreas de alta exclusión social e baja oferta de servicios de salud, 25% de la población censada no utiliza servicios ofertados, recibiendo sólo las visitas domiciliares. CONCLUSIONES: Metodologías capaces de captar distintos patrones de utilización de servicios de salud por la población pueden contribuir para mejorar la evaluación de servicios.OBJECTIVE: To present the methodological approach used to define the profile of health services utilization by the population enrolled in the Family Health Program. METHODS: Three patterns of services utilization accessed by the population were considered: residual, partial and full. These patterns were identified based on the range of actions of the Family Health Program that are accessed by the population. An enquiry was conducted in 2006 with two-stage sampling in an area characterized by high levels of social exclusion in the city of São Paulo, Brazil. In the first stage, 960 people participating in family health teams were drawn and classified by the community-based health agents as "full use" or not of the health services. In the second stage, 173 drawn subjects were then classified according to the patterns of services utilization. RESULTS: Subjects were classified as full users (16%), partial users (57%) and residual users (26%), and had different social and demographic characteristics. There was a selective and focused utilization of the services offered by the Family Health Program. Being male, having a level of schooling above the fifth grade of elementary school, having a paid job and accessing medical care systems implied lower adhesion to the services, even though the study focused on regions with few options of healthcare services. Even in areas of high social exclusion and low offer of health services, 25% of the enrolled population did not use the services offered at the Family Health Units, receiving only home visits. CONCLUSIONS: Methodologies that are capable of capturing distinct patterns of health services utilization by the population may contribute to improve services evaluation.

Keywords