Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

MANIPULAÇÃO MAGISTRAL DE MEDICAMENTOS EM ONCOLOGIA: REVISÃO DA LITERATURA E PESQUISA PARA O PREPARO DE FORMULAÇÕES OFF-LABEL DO ÁCIDO TRANEXÂMICO

  • GB Souza,
  • L Santos,
  • F Nucci,
  • MS Borges,
  • LF Melo-Neto,
  • JWG Costa,
  • CTD Neves,
  • KTM Demartini,
  • NF Paes,
  • MM Salles

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S463

Abstract

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Objetivos: Escolha de fórmulas magistrais do ácido tranexâmico, através de revisão narrativa de literatura, e preparar uma lista de formulas farmacêuticas de uso magistral que possa ser reproduzida no ambiente hospitalar para uso no controle e prevenção de sangramento em pacientes hospitalizados ou em cuidados paliativos oncológicos. Material e métodos: Realizou-se busca ativa em sites específicos de banco de dados UpToDate, Micromedex, Stabilis Data Base e PubMed para todos os estudos publicados em Inglês no período de março de 2021. Os termos utilizados foram “extemporaneous formulations”AND/OR, oral liquid AND/OR, suspension AND/OR, compounding antihemorrhagic AND/OR, antihemorrhagic therapy AND/OR, compounding hemostatic agents AND/OR, hemostatic agents”out, para comprovar as informações existentes na literatura nacional e internacional a respeito da estabilidade após o preparo da formulação. Resultados: 6 tipos diferentes formulações foram encontradas. 1. Gel nasal: Ácido Tranexâmico 500 mg (2), Metilcelulose Gel (20 g). Modo de preparo: Em um recipiente, pesar e levigar os comprimidos com algumas gotas de álcool etílico 70%. Triturar os comprimidos e adicionar o gel em porções geométricas, misturando após cada adição e completar o volume final. Este produto na concentração de 5% é estável para 10 dias sob refrigeração. Uso como gel nasal. 2. Suspensão oral: Ácido Tranexâmico 500 mg (20), Veículo Suspensor Oral qsp...100 mL. Fórmula do veículo suspensor oral: goma xantana (0,05 g), sorbitol 70% (25 mL), glicerina (10 mL), sacarina (0,1 g), metilparabeno (0,1 g), ácido cítrico monohidratado (1,5 g), citrato de sódio dihidratado (2 g), sorbato de potássio (0,1 g) e água purificada qsp...100 mL. Modo de preparo: Pulverizar os comprimidos. Adicionar 20 mL do agente suspensor e misturar. Estabilidade de 8 dias sob refrigeração. 3. Solução para uso colutório: Ácido Tranexâmico (5 g), Água Purificada com Conservantes qsp...100 mL. Modo de preparo: Dissolver o ácido tranexâmico em água purificada. Estabilidade de 180 dias em temperatura ambiente. 4. Solução para uso colutório: Ácido Tranexâmico 100 mg/mL (50 mL), Água para Injeção qsp...100 mL. Modo de preparo: misturar os componentes da formulação. Completar o volume final. Estabilidade de 7 dias sob refrigeração em frasco de vidro. 5. Solução para uso vaginal: Ácido Tranexâmico (5 g), Água Purificada Aquecida (50 mL). Modo de preparo: Em um recipiente, triturar os comprimidos ou se usar a apresentação injetável, misturar os componentes da formulação. 6. Pasta de ácido tranexâmico: Ácido Tranexâmico Comprimidos 500 mg (4), Água para Injeção (2 mL). Modo de preparo: Em um recipiente, misturar os componentes da formulação até uma completa homogeneização. Uso tópico. Discussão: O ácido tranexâmico destina-se ao controle e prevenção de sangramento provocados por cirurgias, reumatismos e doenças com tendência a sangramento e não ativa a cascata de coagulação. Sua ação preserva o coágulo, formando o mecanismo hemostático mais eficiente, reduzindo a intensidade e os riscos de sangramento. Essa lentificação do processo de fibrinólise favorece a hemostasia em cirurgias, traumatismos, doenças hemorrágicas e nos sangramentos onde a fibrinólise é, comprovadamente, um fator atuante, sua ação também é comprovada nas hemofilias. Conclusão: Os pacientes usam estas fórmulas preparadas a partir de ampolas, cápsulas ou comprimidos e nossa experiência com pesquisas, preparo e administração destas formulações extemporâneas, comprova que temos obtido resultados similares a outros hospitais nacionais e internacionais, cujos dados foram publicados na literatura médica.