Cadernos de Saúde Pública (Nov 2011)

Tendência temporal de tabagismo em população urbana: um estudo de base populacional no Sul do Brasil Time trends in smoking in an urban population: a population-based study in Southern Brazil

  • Josiane L. Dias-Damé,
  • Juraci A. Cesar,
  • Suele Manjourany Silva

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011001100010
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 11
pp. 2166 – 2174

Abstract

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Avaliou-se a tendência temporal da prevalência de tabagismo conforme renda familiar, idade e sexo entre indivíduos com 20 anos ou mais residentes em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Cinco inquéritos de base populacional utilizando-se de setores censitários foram realizados na cidade entre 2002-2010. Considerou-se tabagismo o consumo de um ou mais cigarros por dia há pelo menos um mês. A tendência temporal foi avaliada por meio do teste de qui-quadrado para tendência linear. Os cinco inquéritos realizados incluíram 15.136 indivíduos. Neste período, a prevalência total de tabagismo caiu de 28% (25,8-30,4) em 2002 para 21% (19,5-23,5) em 2010. Esta queda de 23% foi semelhante entre os sexos, mas muito diferente em relação à renda familiar. Quanto menor a renda familiar, maior a prevalência de tabagismo. Entre 2002-2010, a taxa de redução do tabagismo foi de 26% no menor quintil de renda e de 39% no maior. Apesar das reduções observadas, a prevalência de tabagismo ainda é elevada, indicando a necessidade de fortalecer medidas de controle voltadas principalmente aos indivíduos com menor renda.This study evaluated time trends in smoking prevalence according to gender and family income among individuals 20 years or older in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil. Five population-based surveys using census tracts were conducted in the city from 2002 to 2010. Smoking was defined as consumption of one or more cigarettes per day for at least one month. Time trend was assessed using the chi-square test for linear trend. 15,136 individuals were enrolled in these surveys. During this period, overall smoking prevalence decreased from 28% (25.8-30.4) in 2002 to 21% (19.5-23.5) in 2010. This 23% decline was similar in both genders, but differed significantly according to family income (smoking prevalence increased as income dropped). From 2002 to 2010, smoking decreased by 26% in the lowest income quintile and 39% in the highest. Despite such reductions, smoking prevalence is still high, indicating the need to boost control measures, especially among low-income groups.

Keywords