Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jun 2006)

A importância de medidas preventivas na profilaxia de infecções em pacientes submetidos a transplante cardíaco nos primeiros 30 dias de pós-operatório The importance of preventive measures in the prophylaxis of infections in patients submitted to heart transplant during the first thirty postoperative days

  • Marta Regina Boaz,
  • Solange Bordignon,
  • Ivo A Nesralla

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382006000200012
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 2
pp. 188 – 193

Abstract

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OBJETIVO: Descrever a incidência de infecções apresentadas pelos pacientes submetidos a transplante cardíaco, durante os primeiros 30 dias da cirurgia, quanto à topografia e agente etiológico e, comparar a incidência de infecções no pós-operatório imediato ao transplante cardíaco com as medidas preventivas adotadas no controle de infecções. MÉTODO: Estudo descritivo de séries históricas numa população de 125 pacientes submetidos a transplante cardíaco, de junho de 1984 a janeiro de 2004. A coleta de dados foi realizada mediante a análise dos prontuários dos pacientes submetidos a transplante, com o auxílio de um roteiro investigativo específico. A idade da população variou de 9 dias a 71 anos, com mediana de 47 anos. A predominância foi do sexo masculino (75,2%). RESULTADOS: Apresentaram infecção, nos primeiros 30 dias pós-cirurgia, 32,8% dos pacientes. Houve predominância das infecções bacterianas (32%), seguindo as fúngicas (5,6%) e as causadas por vírus (4%). Não se observou diferença na incidência de infecção, quando comparadas em duas situações: (1) na assistência de enfermagem ao paciente com uso de isolamento protetor (29,9%); e (2) sem isolamento protetor (36,2%) - p= 0,835. CONCLUSÃO: As infecções bacterianas predominaram nesta população, seguidas das fúngicas e virais. Observou-se que não houve diferença na incidência de infecções, quando comparadas as distintas medidas preventivas, com e sem uso de isolamento protetor, confirmando pesquisas norte-americanas. Esses dados mostram-se úteis para orientação de protocolos, visto que apresentam particularidades do nosso meio.OBJECTIVE: To describe the rate of infections presented by patients submitted to heart transplant during the first thirty days after surgery, in respect to the topography and etiological agent and to compare the rate of infection during the immediately postoperative period with the preventive measures adopted by infection control. METHODS: A retrospective study was made of a population consisting of 125 patients submitted to heart transplant from June 1984 to January 2004. Data were collected by analyzing the patients' records following a specific investigative sequence. The ages of the patients ranged from 9 days to 71 years old, with a median of 47 years. There was a predominance of men (75.2%). RESULTS: During the first thirty postoperative days, 32.8% of the patients presented with infections. There were predominantly bacterial infections (32%), followed by fungal infections (5.6%) and those caused by viruses (4%). No difference was observed in the rate of infection comparing two situations: (1) in nursing care of patients using protective isolation (29.9%); and (2) without protective isolation (36.2%) ( p = 0.835). CONCLUSION: Bacterial infections predominated followed by fungal and viral infections. The protective isolation initially used in post-heart transplant patients proved unnecessary as a measure to prevent or reduce rates of infection, confirming data obtained mainly in North American studies. These data are useful to guide protocols as they take specificities of our environment into account.

Keywords