Continentes (Jun 2020)
AS TRINCHEIRAS DO EMPRESARIADO NORTE-AMERICANO NO GOLPE DE ESTADO DE 1964:
Abstract
O artigo analisa duas organizações empresariais norte-americanas, que se envolveram com o golpe de Estado de 1964 e com a ditadura empresarial-militar brasileira. A American Chamber of Commerce for Brazil (AMCHAM), fórum político das corporações multinacionais, e o Fundo de Ação Social (FAS) fundo de arrecadação das multinacionais para financiar as “ações de guerra” em prol dos interesses das empresas estrangeiras no Brasil. Ambas as organizações estabeleceram parcerias com o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), que juntos formaram um conclave de interesses políticos e econômicos para colocarem em prática ações de uma fração de classe no sentido de conquistar o Estado. O IPES, fundado por empresários nacionais e internacionais e militares, buscou integrar os diversos grupos civis e militares em uma oposição para deter o governo de João Goulart (1961-1964) e as forças sociais que o apoiavam. A fim de atender o escopo do artigo, foram examinados os documentos do IPES, as atas do FAS; as trocas de correspondências entre Brasil e Estados Unidos, revistas e jornais da época e bibliografia. THE TRENCHES OF AMERICAN BUSINESS IN THE 1964 COUP D'ÉTAT: THE CASES OF THE AMERICAN CHAMBER OF COMMERCE FOR BRAZIL (AMCHAM) AND THE FUNDO DE AÇÃO SOCIAL (FAS) Abstract. This article analyzes two North American business organizations, which became involved with the 1964 coup d'état and the Brazilian military-business dictatorship. The American Chamber of Commerce for Brazil (AMCHAM), a political forum for multinational corporations, and the Social Action Fund (FAS), a fund raised from multinationals to finance “war actions” in favor of the interests of foreign companies in Brazil. Both organizations established partnerships with the Institute for Research and Social Studies (IPES), which together formed a conclave of political and economic interests to put into practice actions by a fraction of the class in order to conquer the State. IPES, founded by national and international and military businessmen, sought to integrate the diverse civilian and military groups in an opposition to stop the government of João Goulart (1961-1964) and the social forces that supported it. The article is based on the IPES documents, the FAS minutes; exchanges of correspondence between Brazil and the United States and periodicals and newspapers. Keywords: American Chamber of Commerce for Brazil, Instituto de Pesquisas e Estudos Social, Fundo de Ação Social, business-military dictatorship, business. LAS TRINCHERAS DE LOS NEGOCIOS ESTADOUNIDENSES EN EL GOLPE DE ESTADO DE 1964: LOS CASOS DE LA CÁMARA DE COMERCIO AMERICANA PARA BRASIL (AMCHAM) Y EL FONDO DE ACCIÓN SOCIAL (FAS) Resumen. El artículo analiza dos organizaciones empresariales de América del Norte, que estuvieron involucradas con el golpe de estado de 1964 y la dictadura militar-empresarial brasileña. La Cámara de Comercio Americana para Brasil (AMCHAM), un foro político para corporaciones multinacionales, y el Fondo de Acción Social (FAS), un fondo recaudado por multinacionales para financiar "acciones de guerra" a favor de los intereses de las empresas extranjeras en Brasil. Ambas organizaciones establecieron alianzas con el Instituto de Investigación y Estudios Sociales (IPES), que juntas formaron un cónclave de intereses políticos y económicos para poner en práctica las acciones de una fracción de la clase para conquistar el Estado. IPES, fundada por empresarios nacionales e internacionales y militares, trató de integrar a los diversos grupos civiles y militares en una oposición para detener el gobierno de João Goulart (1961-1964) y las fuerzas sociales que lo apoyaron. El artículo se basa en documentos de IPES, las minutas de FAS; intercambios de correspondencia entre Brasil y los Estados Unidos y publicaciones periódicas y periódicos. Palabras-claves: American Chamber of Commerce for Brazil, Instituto de Pesquisas e Estudos Social, Fundo de Ação Social, dictadura empresarial-militar, empresários.