Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E FUNCIONAIS ASSOCIADAS À MULTIMORBIDADE EM IDOSOS BRASILEIROS

  • Melina Lopes Lima,
  • Everson Augusto Krum,
  • Luciane Patrícia Andreani Cabral,
  • Gabriel Andreani Cabra,
  • Danielle Bordin,
  • Heloize Gonçalves Lopes

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1136838
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 53 – 54

Abstract

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Introdução: Na população idosa é frequente a presença de mais de uma doença crônica simultânea, denominada de multimorbidade, a qual resulta em sintomas funcionais, cognitivos e de limitações físicas. Assim, idosos com multimorbidade tendem a passar por mais demandam de mais cuidados em saúde nos diferentes níveis de atenção. Ainda, a multimorbidade incrementa ainda o risco de mortalidade, gera problemas de ordem física e mental e influencia negativamente a qualidade de vida. Objetivo: Analisar a prevalência e características sociodemográficas e funcionais associadas à multimorbidade em idosos brasileiros. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com dados secundários provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PSN) de 2013 disponibilizados de maneira pública e gratuita no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa foi realizada em domicílio em todo território nacional, junto a 11.177 idosos através de três formulários: o domiciliar, referente às características do domicílio; o relativo a todos os moradores do domicílio; e o individual, respondido por um morador, sorteado, do domicílio com 18 anos ou mais de idade. A variável dependente foi a presença de multimorbidade sendo resultante do agrupamento das perguntas relacionadas ao autorrelato de diagnósticos médicos de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e as variáveis independentes, as características sociodemográficas e condição clínico-funcional. Os dados foram analisados descritivamente por meio de frequência absoluta e relativa. Também se realizou análise de regressão logística e calculou-se a Odds ratio (OR) e seus respectivos Intervalos de Confiança (IC) a 95%. O modelo gerou uma capacidade explicativa de 66,0%. Resultados: A prevalência de multimorbidade em idosos foi de 46,9% e esteve associada ao sexo masculino (OR=2,1; IC95%=1,9-2,3), idade superior a 70 anos (70-79 e 80-89 anos OR=2,2; IC95%=1,6-3,0; ≥90 anos OR=1,8; IC95%=1,3-2,6), ser analfabeto (OR=1,2; IC95%=1,1-1,3), residir sem cônjuge (OR=1,2 IC95%=1,1-1,3), dispor de baixa renda (R$1320,00>2640,00 OR=1,3; IC95%=1,1-1,4; R$680,00>1320,00 OR=1,3; IC95%=1,1-1,5; R$<680,00 OR=1,6; IC95%=1,4-1,8), ter percepção de saúde geral negativa (OR=2,3 IC95%=2,3-2,8), deixar de realizar atividades habituais (OR=1,8 IC95%=1,6-2,1), apresentar dificuldade para locomover-se (OR=1,3 IC95%=1,0-1,5), vestir-se (OR=1,7; IC95%=1,4-2,1), transferir-se (OR=1,4; IC95%=1,2-1,6), ir ao banheiro (OR=1,8; IC95%=1,6-2,0) e fazer compras sozinho (OR=1,3; IC95%=1,1-1,5) (p<0,05). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de idosos com multimorbidade, sendo está associada ao indivíduo ser do sexo masculino, analfabeto, residir sem cônjuge, dispor de baixa renda, ter percepção de saúde geral negativa, deixar de realizar atividades habituais, apresentar dificuldade para realização de atividades básicas de vida diária, apresentar dificuldade para locomover-se, vestir-se, transferir-se, ir ao banheiro e fazer compras. O conhecimento sobre as condições relacionadas à multimorbidade possibilita traçar o perfil dos idosos sob risco de complicações, representando um sinal de alerta às equipes de saúde.

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