Revista Brasileira de Ciência do Solo (Feb 2006)

Mineralogia e química de três solos de uma toposseqüência da bacia sedimentar do Alto Solimões, Amazônia ocidental Mineralogy and chemistry of three soils along a topossequence from the Upper Solimões Basin, western Amazonia

  • Hedinaldo Narciso Lima,
  • Jaime Wilson Vargas de Mello,
  • Carlos Ernesto G.R. Schaefer,
  • João Carlos Ker,
  • Augusto Miguel Nascimento Lima

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-06832006000100007
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 1
pp. 59 – 68

Abstract

Read online

Pouco se conhece sobre os atributos mineralógicos e químicos dos solos da região do Alto Solimões, em comparação aos solos do Médio e Baixo Amazonas, mais estudados. No Alto Solimões, pela maior proximidade do ambiente andino, há maior possibilidade de enriquecimento dos solos. Este trabalho teve por objetivo ampliar o conhecimento dos solos dessa região por meio da caracterização de atributos mineralógicos e químicos de três solos de uma toposseqüência na região de Benjamin Constant (AM), próximo à fronteira Brasil-Peru. Tais solos situam-se das partes mais elevadas até a várzea, sendo classificados como Argissolo Amarelo Ta alumínico abrupto, Plintossolo Argilúvico alumínico abrúptico e Neossolo Flúvico Ta eutrófico. Os resultados mostram que estes solos possuem maior riqueza de nutrientes e de minerais alteráveis, com menor grau de intemperismo, em comparação aos solos mais bem drenados da parte oriental da Amazônia, derivados de sedimentos mais antigos ou de rochas cristalinas. Os baixos teores de Fe e Mn no Plintossolo em todas as frações analisadas, em comparação aos demais solos da toposseqüência, indicam o predomínio de processos de remoção nesse ambiente, enquanto, no Neossolo Flúvico, a remoção é superada pela deposição de novos sedimentos, possibilitando a ocorrência em teores elevados de Fe e Mn. Os valores de capacidade máxima de adsorção de fosfato são baixos nos horizontes superficiais, tornando-se elevados nos horizontes subsuperficiais mais ricos em argila ou com ocorrência de plintita, podendo representar, em caso de erosão, um fator limitante ao cultivo agrícola.Little is known about chemical and mineralogical attributes of soils from the upper Amazon, compared with well-studied soils from the middle and lower Amazon. In the well-drained uplands of Upper Amazon, due to the Andes Cordillera proximity, soils are expected to be chemically richer. This work aimed to increase the knowledge of soils from the upper Amazon, by means of studying three soils along a typical topossequence at Benjamin Constant, near the Brazilian-Peruvian Border. These soils range from the uplands, where Al concentration is high (possessing an "aluminic" character) down to the floodplain, with eutric, richer soils. They were classified as Argissolo Amarelo Ta alumínico abrupto, Plintossolo Argilúvico alumínico abrúptico and Neossolo Flúvico Ta eutrófico in the last version of the Brazilian System of Soil Classification. The results showed greater nutrient and primary minerals amounts and youthful development in these soils, compared with well-drained, deeply weathered soils from eastern Amazonia, derived from older, pre-weathered sediments or ancient crystalline rocks. The low amounts of Mn and Fe in the Plintossolo in all fractions analysed, compared with the other soils, indicate that removal is pronounced n this pedo-environment, whereas in the Neossolo Flúvico, new sedimentary additions allow the occurrence of higher Fe and Mn amounts. The maximum phosphorous adsorption capacity values are generally lower in the surface soil horizons, increasing with depth, accompanied by higher clay contents, or plinthite occurrence. Thus, exposure of subsurface layers may be a limiting factor for agriculture in these soils.

Keywords