Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A INCIDÊNCIA DOS TIPOS DE TRATAMENTOS REALIZADOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA MIELÓIDE NO ESTADO DE SÃO PAULO NOS ANOS DE 2019 A 2023

  • IV Coimbra,
  • JS Cardoso,
  • LHMSG Graciolli,
  • EP Corbari,
  • GC Santos,
  • CR Leal,
  • MGP Silva,
  • NER Rodrigues,
  • PBBC Costa

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S665 – S666

Abstract

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Objetivo: Descrever os tipos de tratamentos realizados em pacientes pediátricos com leucemia mieloide no estado de São Paulo nos anos de 2019 a 2023. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e quantitativo, com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de informática do SUS (DATASUS) entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Foram coletados e analisados os dados referentes às internações e tratamento em pacientes pediátricos de zero a dezenove anos com leucemia mieloide no estado de São Paulo nos anos de 2019 a 2023. Ademais, foram utilizados demais filtros como a diferença entre os sexos, além da modalidade terapêutica sendo elas: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Resultados: A faixa etária de pacientes pediátricos consiste em indivíduos de 0 a 19 anos.Entre 2019 e 2023, foram registrados 3.669 pacientes tratados com leucemia mielóide, incluindo 382 pediátricos (0 a 19 anos). Desses pacientes pediátricos, 212 eram masculinos e 170 femininos, com uma prevalência de tratamento no sexo masculino. O ano de 2019 apresentou a maior incidência, com 92 pacientes tratados nessa faixa etária. O tratamento mais comum foi a quimioterapia, aplicada em 368 pacientes, seguida da radioterapia, utilizada por 14. Não houve casos de tratamento cirúrgico. As idades com maior incidência entre os pediátricos foram 19 anos (29 pacientes), 15 anos (26 pacientes) e 16 anos (25 pacientes). Discussão: Os resultados do estudo indicaram um predomínio de casos no sexo masculino, em concordância com pesquisas anteriores que apontam para uma predisposição genética ou hormonal, potencialmente influenciada por fatores ambientais e epigenéticos. O aumento de casos em 2019 pode estar relacionado a surtos de infecções virais, alterações nas políticas de saúde pública ou avanços nas técnicas de diagnóstico precoce. A quimioterapia foi o tratamento predominante, o que está de acordo com a literatura que destaca sua eficácia em regimes de indução e consolidação para leucemia mielóide pediátrica. A radioterapia foi utilizada em situações específicas devido aos riscos de efeitos adversos a longo prazo em pacientes jovens. A ausência de tratamentos cirúrgicos reflete a natureza hematológica da doença, na qual intervenções invasivas são raramente indicadas. A maior incidência entre adolescentes pode ser atribuída às características biológicas e à progressão da doença nessa faixa etária. Conclusão: Evidencia-se, portanto, o predomínio da quimioterapia como abordagem principal entre os tratamentos realizados em pacientes pediátricos com leucemia mieloide no estado de São Paulo, entre 2019 e 2023, refletindo a eficácia desse método, de primeira escolha, para a enfermidade. Assim, os achados destacam a necessidade de contínuo monitoramento e incentivo à pesquisas que aprimorem as estratégias atuais de tratamento, a fim de otimizar o prognóstico dos pacientes pediátricos com leucemia mieloide.