HU Revista (Dec 2014)

Nutrição em paciente cirrótico

  • Francislene Juliana Martins

Journal volume & issue
Vol. 39, no. 3 e 4

Abstract

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O fígado pode ser acometido por diversas patologias tanto agudas, quanto crônicas, dentre elas, a cirrose se destaca por sua elevada incidência. No Brasil, essa doença foi responsável por mais de 298.000 internações hospitalares entre 2001 e 2010 e mais de 128.000 óbitos entre 2001 e 2009. A cirrose hepática é caracterizada pela alteração estrutural e funcional do fígado, através da qual ocorre substituição da estrutura hepática normal por nódulos circundados por fibrose. Dentre as diversas implicações clínicas manifestadas pelo paciente podem-se citar: fibrose, ascite, hipertensão portal, encefalopatia hepática e anastomoses. Como resultante das alterações hepáticas, sobretudo em pacientes que consomem álcool, nota-se que o cirrótico também desenvolve desnutrição proteico-energética (DPE). A origem da má nutrição é multifatorial, sendo que a mesma provém da diminuição do consumo de nutrientes, bem como da alteração na digestão, absorção e metabolismo dos mesmos. Os especialistas têm a DPE como um importante fator para determinar o prognóstico do paciente com cirrose. Muitos são os métodos utilizados para a avaliação do estado nutricional do paciente cirrótico, no entanto, os parâmetros geralmente empregados na prática clínica têm seu uso limitado em pacientes cirróticos. A reversão do quadro nutricional do paciente é possível e, para tal, a suplementação nutricional deve ser determinada de acordo com as necessidades dos mesmos. A intervenção nutricional é sempre benéfica aos pacientes, proporcionando benefícios em curto e longo prazo.