ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NO AMAZONAS

Abstract

Introdução: A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa BCR:: ABL1 +. Atualmente o principal tratamento são os inibidores de tirosina quinase (ITQ), no entanto pacientes que apresentam histórico clínico de doenças crônicas e histórico familiar de câncer podem apresentar menor resposta aos ITQs, além de uma sobrevida livre de eventos inferior a pacientes que não apresentam essas características. Objetivos: Avaliar o perfil clínico de pacientes com LMC no Estado do Amazonas. Material e métodos: Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados de pacientes de ambos os gêneros, diagnosticados com LMC no período 2022-2024 na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHEMOAM). Os dados hematológicos foram utilizados para a classificação de risco segundo critérios da escala de risco relativo de Sokal (Idade, hepatomegalia, plaquetas, basófilos, eosinófilos e mieloblastos), histórico de doenças cronicas, histórico familiar de câncer e hábitos de risco. A analise descritiva dos dados foi realizada através do software Prism 9.0. Resultados: No presente estudo verificou-se 38 pacientes de ambos os gêneros, sendo homens (63,16%) e mulheres (36,84%) com idade mediana de 44 anos (32,0 - 59,75). Com base a origem dos pacientes, observou-se uma procedência maior de pacientes da cidade Manaus (71,05%), capital do Amazonas, seguida de (23,68%) dos interiores do Amazonas. Sobre o perfil hematológico foi observado anemia moderada, com valores de eritrócitos de 3,4 mm3 (3,05 - 4,37), hemoglobina de 10,3 g/L (8,6 - 11,98), com plaquetose sutil 497.500 mm3 (330.750 - 769.250), leucocitose 163.900 mm3 (88.908 - 278.600), apresentando basofilia 3,5 (2,0 - 6,0), eosinofilia 4,0 (2,25 - 7,0) e desvio mieloide à esquerda de 3,0 (2,0 - 6,0). Discussão: Segundo OMS as características clinicas da LMC mais observadas são a prevalência da doença no gênero masculino e o perfil hematológico anêmico, o que foi observado neste estudo, visto que os indivíduos analisados tiveram mediana para idade e gênero de acordo com pesquisas anteriores, e idade mediana entre o padrão (40 a 60 anos). Acerca da procedência dos pacientes, observou-se uma maior taxa de indivíduos da capital amazonense (Manaus) acima de 70%. Essa concentração pode estar associada a dificuldade de transporte para muitos pacientes provenientes de interiores dificultando o diagnóstico e atendimento. Em relação as características hematológicas os dados sobre anemia moderada e leucocitose estão como descrito pela OMS (2022), pelo fato da LMC ser uma doença que progressivamente realiza a substituição de leucócitos saudáveis por clones malignos, ocupando todo o espaço na corrente sanguínea e dificultando a função e produção de outras células, como as hemácias, devido a isso, pacientes podem apresentar leucocitose acompanhada de anemia. Conclusão: A descrição do perfil clínico possibilita novas perspetivas no manejo dos pacientes com LMC no Estado do Amazonas, uma vez que estes apresentaram um risco intermediário, segundo o cálculo de risco relativo de Sokal. Assim, ressaltamos a importância de avaliar este perfil em uma população com um número amostral maior e realização de associação do perfil desses pacientes com variantes em genes de interesse.