Griot: Revista de Filosofia (Oct 2022)

Visitando a terra gêmea moral

  • Ísis Esteves Ruffo

DOI
https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i3.3009
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 3

Abstract

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Este texto pretende examinar os pressupostos da Terra-gêmea-moral, argumento formulado por Terence Horgan e Mark Timmons com intenção de refutar a proposta realista naturalista da moral conhecida como realismo de Cornell. A Terra-gêmea-moral fornece alguma evidência intuitiva de que termos que nomeiam tipos morais não são designadores rígidos de propriedades naturais e que, portanto, não é possível oferecer uma definição naturalista para eles, o que deveria ser um comprometimento do realismo de Cornell. Entretanto, neste texto, procuramos demonstrar que o realismo de Cornell não se compromete com relações de designação rígida entre termos para tipos morais e propriedades naturais para sustentar sua postura naturalista. Em vez da relação de identidade entre tipos morais e naturais que seria trazida pela designação rígida, o realismo de Cornell mantém apenas a tese metafísica segundo a qual tipos morais são constituídos ou realizados por propriedades naturais deixando aberta a possibilidade de múltipla realização dos tipos morais. Como o realismo de Cornell não se compromete com a tese semântica que Horgan e Timmons criticam, então a Terra-gêmea-moral não parece oferecer uma objeção à posição realista.

Keywords