Saúde, Ética & Justiça (Jun 2010)
Regimes de profilaxia após exposição ocupacional ao HIV: revisão da literatura
Abstract
Os acidentes ocupacionais com materiais biológicos contaminados com HIV geram grande impacto no trabalhador que se acidenta, apesar de serem responsáveis por um número pequeno de soroconversões. Desde o início da epidemia da AIDS, uma grande preocupação tem sido demonstrada na prevensão dessa infecção relacionada ao trabalho. Este estudo teve como objetivo rever a literatura sobre os regimes de profilaxia após exposição ocupacional ao vírus HIV, bem como comparar as recomendações existentes nos diferentes países e auxiliar os médicos frente à situação de um acidente ocupacional com material biológico potencialmente contaminado com HIV. Observou-se que, inicialmente, dava-se grande importância à prevenção dos acidentes com as precauções padrão. A partir do momento em que começaram a surgir os anti-retrovirais, estes tiveram destaque e iniciou-se seu uso em acidentes considerados de alto risco, mesmo sem estudos que provassem a sua efetividade e segurança quando utilizados como quimioprofilaxia. Atualmente, o desafio vem sendo o aumento da resistência viral diante dos anti-retrovirais disponíveis e, quando ocorre acidente ocupacional com paciente-fonte HIV positivo e com cepas resistentes do vírus, cria-se uma certa dificuldade em conduzir o caso de forma segura. Apesar de existirem muitos consensos a respeito desse tema, várias considerações como: toxicidade das drogas, resistência viral, indicação do uso de ARVs e adesão do profissional ao tratamento devem ser feitas no momento em que é prescrito, ou não, um esquema profilático a um profissional que se acidenta com material contaminado, ou potencialmente contaminado, com vírus do HIV.