Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE LEUCEMIA LINFOBLASTICA AGUDA B/LINFOMA DE BURKITT - RELATO DE CASO

  • I Sousa,
  • BL Scarpato,
  • CMR Franzon,
  • AOM Wagner,
  • ACW Lopes

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S438 – S439

Abstract

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Objetivos: Leucemia Linfoblástica Aguda B (LLA-B) é uma doença onco-hematológica caracterizada pela proliferação de linfoblastos B neoplásicos na medula óssea, sangue periférico e, ocasionalmente, em órgãos linfóides com a maioria dos casos relatados em pacientes pediátricos. O presente estudo relata o caso de um paciente pediátrico com diagnóstico diferencial entre de LLA-B e Leucemia/Linfoma de Burkitt (antiga L3 na classificação da FAB). Materiais e métodos – relato de caso: Paciente de 2 anos, sexo masculino, com suspeita de leucose aguda. Foram enviadas amostras de sangue periférico e medula óssea para avaliação imunofenotípica. Os protocolos de preparação e marcação da amostra, bem como a compensação do equipamento e monoclonais utilizados foram realizados de acordo com o protocolo Euroflow e a aquisição da amostra foi realizada em equipamento FACS CANTO II em 8 cores. A análise dos dados foi realizada em software Infinicyt. Resultados e discussão: O estudo imunofenotípico de ambas as amostras revelou de células de linhagem B CD19++ CD79a+ CD22+ com o seguinte fenótipo: expressão positiva de CD20, forte expressão de CD10, CD38, CD81, ausência de marcadores de imaturidade TDT, CD34 e ausência de expressão de cadeias leves Kappa/Lambda. A análise morfológica demonstrou células linfoides de médio tamanho, citoplasma basofílico, escasso, vacuolizado e cromatina heterogênea, levemente condensada com nucléolos evidentes. A conclusão do laudo de imunofenotipagem foi descritiva, sugerindo diagnóstico diferencial entre LLA-B e Linfoma de Burkitt através de dados moleculares. Observa-se que o paciente apresenta fenótipo sugestivo de células linfoides B imaturas devido a expressão forte de CD10, CD38 e ausência de expressão de cadeias leves (Kappa/Lambda), no entanto, essas características também são de Linfoma de Burkitt, devido a ausência de marcadores de imaturidade. Esses casos representam um fenômeno biológico distinto, sendo recomendada a analise molecular para análise do rearranjo isolado de MYC, pois a translocação de MYC pode ser adquirida em um estágio imaturo de diferenciação, manifestando assim, características fenotípicas e morfológicas de LLA-B e Linfoma de Burkitt simultaneamente. O paciente em questão não teve o exame MYC avaliado pois foi a óbito. Conclusão: No presente caso estudado, a análise imunofenotípica auxiliou no processo de investigação da doença, garantindo a rápida execução no processo devido ao uso de painéis padronizados. No entanto, as análises moleculares seriam fundamentais para a conclusão diagnóstica e definição da melhor estratégia de tratamento.